sábado, 16 de novembro de 2013

Visual Novels - Eles têm espaço para crescer?


Hoje é fim de semana, dia do pessoal desesperado com provas de final de ano se descabelar ainda mais, mas pra quem está de boa, é época de se divertir, e quando se trata de diversão, video-games são uma das alternativas que a maioria acaba por optar. Com tantos tipos de jogos para escolher, às vezes fica difícil escolher que jogo jogar... entretanto, triste mesmo é ver o ciclo se repetir sem dar chance a certos jogos.

Não me leve a mal, adoro jogos de ação, FPS e MOBAs, assim como é a febre do momento, onde jogadores passam tardes inteiras no Skype combinando com amigos a melhor tática para vencer uma partida online, mas certas vezes ficar preso a somente este tipo de jogo seja um tanto enjoativo ou mesmo repetitivo. Por outro lado, uma visual novel, que sempre tem histórias, personagens e desenvolvimento diferentes, é bem difícil falar abertamente que você gosta de jogar esses jogos e correr o risco de ser visto como "pervertido" ou "forever alone". Então, resta a pergunta: será que Visual Novels têm mesmo potencial para crescer e se tornar um gênero visto com outros olhos pelo público gamer? Ou seria mesmo um gosto peculiar que é difícil convencer alguém, e que por isso, acaba não recebendo tanto suporte?

Novamente, friso que este blog não prevê o futuro, e o que falo aqui é fruto do que vejo e do que pesquiso, então, se você acha que vns estão se espalhando e que tem "x" amigos que jogam e trocam ideias de vns com você... você é um sortudo do caramba! -d

Se olharmos para os Estados Unidos ou mesmo na Europa, o gênero de visual novels está progredindo bem, por mais que de forma lenta e não tão expressiva quanto era de se esperar. Fansubs de países da Europa são os maiores depois do inglês, russo e chinês, enquanto todos os anos sempre temos lançamentos bons no que se refere a traduções de visual novels por lá, tanto oficialmente com o início das vendas de visual novels traduzidas para o francês e a parceria com grupos doujin menores, quanto por fãs, como a célebre tradução de Yumina the Ethereal e anúncio da tradução de Steins;Gate para o inglês, ou, para traduções por fãs, a reta final para a tradução de Fate/Hollow Ataraxia.


Apesar de não ser igual ao Japão, com seus trocentos eventos de anime/comikets para divulgação e anúncios oficiais das empresas do gênero, eventos similares estão se espalhando por lá também, até ganhando uma palinha na PAX, um dos festivais de games anuais mais famosos dos EUA, e até ganhando prêmios em competições. Pode parecer coisa pequena no começo, mas junte isso com o crescente volume de fansubs e sites que falam desses jogos, os projetos no Greenlight da Steam (e as visual novels que estão lançando na moral) e no público cada vez maior que assiste animes ou acompanham mangás, é meio que normal que esse gênero fique mais famoso com o tempo, não...? Bem, nem tanto.

Pra começo de conversa, completar uma visual novel é, geralmente, um trabalho bem mais árduo que zerar um jogo qualquer para consoles, uma vez que, enquanto no console você tem mais interação, em visual novels, você só lê textos e mais textos, com exceção de alguns jogos que incluam elementos de RPG ou jogos tipo Phoenix Wright e Danganronpa com suas engines de "simulador" peculiares (mas que também envolvem bastante leitura e menos cutscenes). Segundo, nenhuma visual novel tem opção de jogar online (seja lá como seria uma visual novel online... apesar que já chegamos perto disso), o que mata as chances de maior motivação para continuar explorando o universo da série caso você não tenha muito tempo para ficar jogando trocentas rotas. Terceiro, visual novels requerem paciência, pois você não aproveitará nada do jogo se simplesmente pular as falas iniciais ou "querer zerar rápido"... então, o que fazer pra melhorar isso sem desvirtuar e acabar criando um JRPG ou um jogo de ação no lugar disso?

Bem, uma resposta pra essa pergunta é difícil, mas ideias sempre surgem no mundo da indústria de games. Tem até visual novels que postam seu progresso no Twitter (Imouto Paradise em japonês tinha essa função), por mais que sejam raros esses jogos, e um esquema de DLC não seria tão má ideia se fosse praticado num preço moderado (similar ao "upgrade" de Dengeki Stryker para a versão "Chou" do jogo, que inclui mais rotas e até novas personagens)... mas, será que só isso bastaria?

Cá convenhamos, acabamos de entrar na oitava geração de jogos e visual novels permanecem praticamente do mesmo jeito que eram há 15 anos atrás, apenas com melhorias nas técnicas gráficas usadas na construção de CGs para os jogos e na complexidade delas, que agora alcançam até 10 GB sem problemas. Entretanto, quase não se vê recursos sociais neles, tampouco se vê uma interação maior do jogador, exceto para alcançar a true route do jogo ou para habilitar uma cena especial. Além disso, é quase que inviável fazer um jogo com boa qualidade nos gráficos e na animação em tempo hábil e com retorno para a empresa (é só olhar os jogos da série School Days: todos parecem animes infinitos, mas agora a Overflow está falida), e tirando empresas indies que fazem jogos do gênero para iOS e Android, a crise da indústria de jogos do gênero não vai se solucionar tão já.


Agora, quanto mais gente conhecer visual novels sem a visão preconceituosa que muitos têm, perceber que procurando nos lugares certos, pode-se encontrar histórias que podem tocar o seu coração e mudar sua visão do mundo, e de quebra, fazer amigos que gostem de jogos que você gosta desse âmbito, seria muito mais fácil motivacionar a expansão desse gênero, até mesmo no que se diz de visual novels genuinamente brasileiras e feitas com qualidade, ou numa possível parceria entre fansubs de vários países com empresas internacionais, para tradução de diversos jogos simultaneamente para vários idiomas e fazer tal expansão ser ainda mais fácil e notória. Seria utopia da minha parte pensar que este gênero realmente possa virar uma coisa ainda maior no futuro para nós, brasileiros? Ou seria apenas uma possibilidade que deveria ser levada a sério para que isso ocorresse? (afinal, aconteceu isso com video-games antes, lembra? Antigamente era tudo "coisa de nerd", mas agora até adultos e idosos jogam um Candy Crush ou Criminal Case da vida).


Bom, o post foi pra pensar, mas gostaria de ouvir os comentários de vocês. Com isso, eu me despeço!
Out.

Um comentário:

  1. Eu acho que VN é um gênero desconhecido por muitos, eu mesmo fui jogar VN à dois anos atrás. Sempre via a aparição dentro de filmes e animes japonês. Mas os jogos de ação e mundo aberto não deixava eu jogar um Visual Novel. Antigamente era impossível eu deixar de jogar Final Fantasy, onde possui historia, mundo aberto, personagens carismáticos e outras qualidades para ir jogar um jogo que é somente leitura. Mas depois passei a gostar da leitura, ultimamente leio muitos contos, de diversos gêneros, e uma VN é como um livro interativo com sons e imagens. Você não fica preso somente nas imaginações, você vê realmente o que o autor quer passar para os jogadores. Seria melhor um debate com Admin's de sites de animes e mangas para ajudarem a popularizar as VN, principalmente o trabalho dos tradutores. Pois o melhor publico para esse tipo de jogos são os leem mangás e assiste animes japonês.

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