quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Análise [13] - Zero Escape: Virtue's Last Reward - Salvando o impossível

 

Faz um tempinho desde que eu postei a análise de 999: Nine Hours, Nine Persons, Nine Doors, uma visual novel do fabuloso Kotaro Uchikoshi, ninguém menos que o criador original das melhores produções da já falecida KID, como Ever 17: The Out of Infinity (que eu ainda tenho que postar uma análise pra vocês!), Never 7 e Remember 11, os aclamados jogos da série infinity que marcaram a vida de todos que já jogaram esses jogos. Produzida pela Spike Chunsoft, que mesmo sendo um estúdio relativamente recente por ser uma fusão da Spike (Kurukuru Princess, Danganronpa) e Chunsoft (Kamaitachi no Yoru, 428: Fuusa Sareta Shibuya de), quer provar o seu domínio na produção de visual novels e RPGs para plataformas portáteis atualmente.

Neste jogo, todo mundo pode morrer... inclusive numa mesma rota...
Para o caso do jogo em que trataremos nesta análise, Zero Escape: Virtue's Last Reward (ou, em japonês, Kyokugen Dasshutsu ADV Zennin Shibou Desu), trata-se de uma continuação do jogo original, desta vez publicado pela Rising Star Games (Hakuoki) e pela Aksys (Blazblue, Fate/Extra). Disponível apenas para 3DS e Vita, isso pode deixar o jogo pouco acessível para quem ainda não tem bons motivos para investir nesses novos portáteis, mas eu lhe garanto, esse jogo sozinho já foi um bom motivo para mim... e não me arrependo nem um pouco da minha escolha. Aliás, se você é um ávido jogador de visual novels, JRPGs e jogos de aventura em estilo japonês, considero seriamente que você invista num Vita, considerando que o volume de jogos em geral, incluindo VNs, que estão sendo traduzidos para este de uns tempos para cá graças à NIS America, Xseed e da Idea Factory, apenas para citar algumas.

Sim, comprei um Vita só pra esse jogo e como investimento futuro em visual novels, mas... e o jogo? Vale tanto a pena assim? Não seria apenas um mimo exclusivo para os mais adeptos a jogos deste gênero e que o público geral não se interessaria tanto? Bem, isso você descobrirá a seguir!

História e Rotas
Esse coelinho pode ser engraçado e falar de um jeito bem peculiar, mas logo você verá o quão injustamente justo ele pode ser algumas vezes. -Usa
Você controla as ações de Sigma, um adulto nos seus vinte e poucos anos que foi sequestrado após passar a véspera de natal na universidade (que fracassado). Ele acorda em um dos quebra-cabeças do suposto Zero III, uma inteligência artificial bobona que é controlada pelo verdadeiro vilão do jogo que andou raptando pessoas por aí pra jogar o seu joguinho "à lá Jogos Mortais". Logo no primeiro puzzle, Sigma se encontra com Phi, uma garota misteriosa que aparentemente conhece Sigma, mesmo ele não tendo qualquer memória de tal evento.

Após escapar, Sigma e Phi reparam que não estão sós, uma vez que outras sete pessoas também se encontram na mesma situação, aparentemente sem nenhuma ligação entre eles. Após a rápida reunião entre eles, Zero III oficializa que os nove participantes ali reunidos seriam os jogadores de mais um Jogo Nonário, um cujo qual os jogadores devem resolver quebra-cabeças do estranho prédio em que eles se encontram para conseguirem progredir. A inovação desta vez é que, com os itens obtidos desses quebra-cabeças, os membros devem se enfrentar numa forma de votação, cuja qual, dependendo se você e o seu oponente quiser aliar um ao outro ou um tentar trair o primeiro, os jogadores podem ganhar ou perder pontos. Com nove ou mais pontos, o jogador pode sair pela porta de número nove e mandar um beijinho no ombro pros recalcados que vão ficar presos para sempre ali. Mas ao contrário da Mega Sena que ganha com mais ou menos pontos, se um jogador ficar com zero pontos ou pontuação negativa, ele morrerá, sem choro nem vela.

Momentos bizarros assim não são tão raros
Cabe então à Sigma a delicada decisão entre confiar nos outros jogadores para tentar fazer com que todos os jogadores possam sair do jogo juntos, mas com o risco de poder ser traído por jogadores que queiram ganhar pontos mais rapidamente, ou tentar ser o mestre na arte da enganação para sair deste pesadelo de uma vez por todas. Com 22 finais diferentes pelo jogo, há muitas possibilidades para o jogador tentar, com um total de mais de 40 horas de jogo para completar todos eles. Dentre esses finais, também há a possibilidade de você confiar mais em um jogador do que outro, o que levará você a uma espécie de mini-rota específica do personagem, cuja qual será vital para conseguir informações e acessar outras rotas do jogo. Sim, neste jogo não basta fazer as escolhas certas para ter um final legal. Cabe ao jogador lembrar partes cruciais da história, e até mesmo senhas espalhadas por diversas rotas para progredir rumo ao final verdadeiro do jogo.

Essa última parte lhe confundiu? Bom, isso é um sinal que você não jogou 999, mas você não precisa temer, uma vez que o jogo, tanto nos diálogos quanto nos documentos secretos que você pode obter dos quebra-cabeças, faz um bom papel em esclarecer e resumir o que ocorreu no jogo anterior (mas ainda recomendo jogar o jogo mesmo, tá? Tem coisa importante que ele não cita), além do que a história de Zero Escape começa num ritmo bem independente do primeiro jogo, apenas referenciando-o mais para o final.

A quatidade de finais ruins, os bad ends, continua alta e chega até a ser frustrante quando o jogo usa técnicas para tender a jogador a escolher uma certa opção e depois o jogador se ferrar por causa disso. Idem para quase todas as rotas que você quiser ser igual aquele personagem fdp e escolher trair a negada pra tentar sair do jogo mais cedo. Chega até a ser um jogo de tentativa e erro até você fazer as escolhas certas para progredir na história do jeito certo, o que pode enfurecer certas pessoas que não tenham tanto tempo ou dedicação para correr por todas as rotas, mas em compensação, alguns bad ends são até necessários para o jogador seguir antes que ele possa seguir a rota certa. Além disso, essa parte de ter que correr por rotas mais chatas para conseguir informações que são usadas em outras rotas principais é uma ideia bem original, mas que cansa o jogador casual que não quer ficar lembrando de tudo que foi dito, muito menos cortar a graça e usar um detonado pra ter essas respostas.


Traços, Trilha Sonora e Animação
Quer saber o motivo do 18+ na capa do jogo?... É, então...
Em contraste à 999, Zero Escape tem o seu visual quase que todo em 3D, o que colabora com alguns "vines" no meio do jogo, trechinhos curtos e animados em certos pontos da narrativa. É difícil acostumar com isso já que algumas vezes chega a ser desconcertante ver um lip sync tão zuado nos personagens ou a falta de CGs no jogo, mas logo você acaba deixando esse ponto de lado. Pelo lado bom, todos os puzzles deste jogo também são tridimensionais, o que dá uma melhor sensação para o jogador ao resolver os problemas que o jogo impõe.

Os controles sofreram umas boas inovações, não simplesmente servindo para passar diálogos, mas também com botões de atalho para acessar qualquer opção diretamente da tela de jogo ao invés de ter que abrir menus, o que eu achei bem cômodo. O jogo até tenta usar o acelerômetro do Vita em certos minigames, mas acabou saindo de um jeito tão ridículo que preferi usar os botões convencionais mesmo. No entanto, o touch screen capacitivo ajudou bastante nas horas em que tive que acessar o "memo" do jogo para fazer anotações relevantes, o que equilibra com a versão do 3DS que dá pra escrever com a stylus, já que é bem fácil escrever ou apagar o que precisa rapidamente.

Na parte sonora, o jogo deixa uma clara tensão correndo pelo jogo inteiro, com composições recheadas de sons metálicos e abusando de efeitos de ecos, o que simboliza músicas de suspense e lugares apertados, algo que serve bem para o título. Não diria que elas são tão bem feitas como outras trilhas sonoras de VNs mais recentes, mas o ritmo irriquieto e a atmosfera que o deixará em alerta constantemente serve ainda mais para deixar o jogador imerso na experiência do jogo.

Vale ressaltar também que, ao contrário de 999, o jogo conta com um extenso trabalho na dublagem dos personagens nas partes que não envolvem quebra-cabeças, contando ainda com nomes de peso na narração, como Omigawa Chiaki (Maka, de Soul Eater), Tamura Yukari (Mine, de Akame ga Kill, e Sakura, de Da Capo) e Daisuke Ono (Kakeru, de 11 Eyes, e Itsuki, de Suzumiya Haruhi no Yuutsu). Pontos extras também pra minha seiyuu favorita, Mamiko Noto, que faz a voz da Luna neste jogo. Por que é a minha favorita? Ela é quem faz as vozes divinas da Feel, de No Game No Life, e da Ichinose Kotomi, de Clannad. Não me leve a mal, Hanazawa Kana, mas Kotomi foi meu primeiro amor em animes <3.

Opinião
Alguns puzzles são fáceis até demais, incluindo os que envolvem matemática. Os que envolvem lógica vai fazer você literalmente quebrar a cabeça pra resolver... tá, não literalmente... e exceto se jogar no modo fácil

Tá, minha opinião pode ser (bem) tendenciosa, uma vez que Zero Escape cai como uma luva no gênero de jogo que eu mais gosto, acertando em todos os pontos mais relevantes. Histórias com toques de ficção, foco maior no desenvolver da plot e jeitos inéditos de progredir no jogo ao invés de simplesmente fazer as escolhas certas são todos fatores que me fazem as separar das VNs "clássicas", que têm sua fórmula imutável desde o seu surgimento, além de ter uma interação bem maior ao jogador, que não simplesmente fica apertando "X" toda hora pra passar os diálogos para usar a cabeça nos puzzles e mini-games.

Mesmo tendo jogado o jogo anterior, a vibe de Zero Escape é diferente por terem regras diferentes. Não basta simplesmente combinar pessoas diferentes para passar por portas diferentes, mas as ações que você toma nas votações dentro das Ambidex Rooms vai influenciar no seu parceiro da próxima parte do jogo, o que abre outras possibilidades, e cá entre nós, tem bastante coisa que muda entre as rotas que você pega. Pode todo mundo morrer, ou todo (quase) todo mundo se salvar. Pode ser que você consiga sair do jogo inteiro com sua parceira ou acabar ficando preso para sempre, mas ainda não necessariamente terminando em um final ruim. Agora, caso você queira respostas para as perguntas mais pertinentes como "Pra quê esse jogo foi criado?", "Quem é o verdadeiro Zero III?" ou "Quem caralhos era a mulher que morre no começo do jogo?", daí só a rota verdadeira poderá lhe esclarecer. E pra chegar até ela, tem muito chão, tendo que completar pelo menos 10 outras rotas para conseguir ter todas as informações para terminá-la.

... Calma, não é o que você está pensando...
A trama é super envolvente tanto nas primeiras horas de jogo quanto nas últimas, uma das melhores que você jogará no Vita sem sombra de dúvidas. Até se compararmos com 999, algumas falhas que o jogo anterior tinha foram corrigidas, como a inclusão de 3 baterias para salvar o jogo, um flowchart que mostra quais escolhas você já fez e quais ainda faltam (similar ao de School Days HQ e Cross Days, mas mais simplificado) e até um modo para diminuir a dificuldade de certos puzzles, que fazem os personagens darem dicas preciosas para os quebra-cabeças e fazer a solução deles serem até ridiculamente simples.

Infelizmente, ainda há erros que não dá pra ignorar. Os gráficos em 3D são bons para os puzzles, mas chega a ser estranho na parte da narrativa, ainda mais contando com um lip sync meia boca, o que me fez sentir falta dos gráficos em 2D de 999. Conseguir os documentos secretos do jogo também são desafiadores, mas uns chegam até a ser injustamente difíceis, como "Ter que ler um código de cabeça para baixo" ou "Fazer a superposição de dois mapas para revelar uma senha", e como são coisas opcionais do jogo, nem mudando pro nível mel na chupeta vai ajudar. Além disso, a quantidade de bad ends também aumentou neste jogo, e isso passa até a ser mais injusto que no jogo anterior, uma vez que certos personagens podem fazer você tender a tomar a decisão errada, ou mesmo o jogo ferrar o personagem principal independente da escolha que ele faça (sim, tem uma rota assim!), o que é frustrante para o jogador que simplesmente quer alcançar a rota verdadeira, mas que deve aturar com horas e horas enfrentando bad ends "necessários" para isso.

A tradução para o inglês impressionou também, ainda mais com a proeza ao adaptar coisas aparentemente inadaptáveis entre as línguas, como a terminação "-usa" que o Zero III tem mania de falar, ou quando Sigma fala vários "nya" quando se trata de gatos, ou até mesmo ao encontrar um robô que fala em dialeto Kansai que acaba sendo traduzido com algo caipira (o que é meio preconceituoso, mas acabou ficando legal). Por incrível que pareça, mesmo não sendo uma das traduções mais fiéis de uma VN (como a de Persona 3 e 4), é uma tradução bem envolvente e até engraçada em alguns pontos, mesmo o jogo em si sendo sério na sua grande parte. Junte a isso com vários fatos interessantes, analogias, teorias científicas (já ouviu falar no Gato de Schrödinger? Ou o que é antimatéria?) e uma história que vai ficando cada vez mais complexa e viciante, e pronto, tá aí a receita para um jogo inesquecível.

Veredito Final
Mas o jogo tem... Gatinhos! Nyaaaaaa~~
Pontos Fortes 
      *Narrativa e história excepcionais
      *Puzzles desafiadores
      *Conta com dubladores de peso
      *Funções inovadoras para visual novels
      *Volume de informações e fatos interessantes
      *Qualidade da tradução para o inglês
      *Extremamente viciante e impressionante durante suas últimas horas de jogo

 - Pontos Fracos
      *Falta da CGs e gráficos em 3D podem incomodar
      *Forçar o jogador a completar várias rotas, inclusive bad ends, para progredir
      *Inconsistência na dificuldade de certos puzzles (especialmente para conseguir as senhas secretas)
      *Não "fecha" a história no seu final verdadeiro, abrindo espaço demais para uma continuação

Nota: 9,0/10

Opinião final: Vamos ser francos, Zero Escape é do caralho. Algo que aparentemente começa como uma VN independente e um bom tanto diferente de 999 vira algo fabuloso, mantendo seu ritmo surpreendente e imprevisível até um nível quase impossível onde praticamente qualquer teoria pode ser verdade dependendo do jeito que você pense. Acredite, você vai passar o jogo pensando em possíveis respostas pro jogo, mas muitas delas vão desabar quando menos espera. Phi, uma espécie de agente neutro ao jogo, esclarece isso ao nunca estar no lado de ninguém, sempre aberta a novas teorias e possibilidades por mais que os fatos apontem para uma resposta aparentemente óbvia.

É um jogo que muitos adjetivos positivos não conseguem capturar, mesmo não sendo a VN mais imersiva que já joguei até agora (até comparando com Danganronpa, já que ele possue um ritmo bem mais digerível  e engraçado que Zero Escape). A única coisa que sinceramente me desapontou e me impediu de dar uma nota maior, mais relevante do que os pontos negativos que já citei, é que Zero Escape é uma história "vazia", com um final que atinge o famoso cliffhanger, deixando claro que a história foi escrita para ter uma continuação, mas que teve que terminar aí. Não é por menos que os fãs da série até tentaram convencer o criador a continuar com a produção de um novo jogo com a iniciativa do Operation Bluebird, mas até agora, não houve grandes frutos de sucesso. Com isso, muitas perguntas BEM pertinentes ao universo acabam sem respostas, o que acaba dando a impressão que o jogador gastou horas de jogo em vão.

Isso não tira o prazer do jogo, claro, o que pode servir como base para muitos outros títulos que possam vir no futuro e na vida de quem está aí para justamente explorar novos tipos de jogos e visual novels. A incessante busca pela verdade que acaba por envolver acontecimentos aparentemente sem volta e na esperança que os personagens possam se salvar no maior estilo MacGyver japonês é um conto de tirar o fôlego. Por isso o aviso: cuidado com a sua vida social depois que começar a jogar este jogo, viu!

Vale a pena comprar esse jogo?
Com toda certeza, contanto que você esteja disposto (ou já tenha) um dos portáteis e já tenha alguma experiência em visual novels. Não é o jogo mais simples do gênero, e mesmo tendo uma abordagem diferente que um dating sim, o fluxo de informações pode não agradar quem não gosta de ficar horas e horas na frente de uma tela de LCD/OLED lendo textos e mais textos. Por já ser um jogo antigo, é fácil arranjar uma cópia usada e economizar umas dilmas pela mesma experiência, algo que com certeza pode chamar a atenção também de quem não tenha muito para se jogar atualmente.

Tem um 3DS ao invés de um Vita? Só tome cuidado com a região do cartucho que você for arrumar, mas no mais, não vejo diferença em performance ou no gameplay das duas plataformas, simplesmente escolha o que mais lhe agradar e o que for mais conveniente. Agora, se você não tiver pressa (no sentido de poder esperar uns anos aí), pode economizar um dinheiro aí até o anúncio do terceiro e último jogo da série, que promete fechar tudo bonitinho e não ficar com uma possível ânsia/angústia em um caso de amor com o jogo, mas cuja obra ainda deixa respostas em branco e muitos fatos sem esclarecimento.
Poder ser que você não tenha entendido nada da análise, mas se você nem entendeu o porquê dessa nota tão alta mesmo com tanta picuinha, só jogando o jogo mesmo.

Bem, essa foi a nossa análise. Espero que tenham gostado, e se o jogo estiver na promoção mais uma vez, vale a pena dar uma pensada na hora de comprar!
Out.

domingo, 24 de agosto de 2014

AEHOO! Clannad Full Voice Será Lançado na Steam pela Sekai Project!!


O sonho de todo amante de visual novels era que uma das visual novels dos maiores e mais bem reconhecidos estúdios de produção de jogos do gênero chegasse ao ocidente de forma oficializada para assim ter um melhor acesso aos bens da mesma série ou franquia. Não muito tempo atrás, a Sekai Project já havia demonstrado interesse em, finalmente, atender a esses fãs, trazendo Planetarian para a plataforma de PC mais conhecida atualmente, a Steam, pertencente à empresa Valve (Left 4 Dead, Half-Life, Team Fortress, Dota 2).

A notícia não deu o que falar e acabou se espalhando demais para os quatro cantos do planeta, mesmo não se tratando de uma das visual novels mais conhecidas da empresa, mas pelo fato que ela estaria em breve à disponibilidade de qualquer um que se interessasse, acabando de vez com a barreira intercontinental que é arriscar por sites estrangeiros que cobram o olho da cara para importações de produtos e ainda por cima pode dar o azar de cair na alfândega e sair uma verdadeira fortuna para o consumidor. Aliás, o impacto foi tão grande que, quando a Sekai Project perguntou aos fãs qual outra VN eles gostariam de ver traduzida oficialmente, choveu o pedido mais óbvio que se poderia fazer: trazer Clannad para a galera.


Eu particularmente não achava que o processo seria tão fácil assim, uma vez que anteriormente já houve essa tentativa de aproximação entre a Key e o povo ocidental, mas que não deu muito certo. Houve boatos que uma tradução oficial também custaria uma fortuna e então nunca foi aceita, algo que lembra também os anos 2000 e sua tentativa de trazer VNs para o ocidente, mas cujo público-alvo ainda era muito menor se comparado com o cenário atual, tanto nos EUA quanto no resto de mundo que não inclua Japão (óbvio), China e Rússia, os países que mais comprar esses produtos e, consequentemente, onde tem mais grupos de tradução das VNs originais japonesas.

No entanto, na noite de ontem (23), durante a Japan Expo USA, uma convenção japonesa que surgiu em 1999, a Sekai Project surpreendeu TODO MUNDO ao anunciar oficialmente que eles seriam os responsáveis por traduzir Clannad para o inglês, disponibilizando a versão final para download na Steam. Trata-se da versão Full Voice do jogo, que como o nome sugere, é idêntico ao jogo original, mas com as vozes de todos os personagens principais do jogo e CGs em alta resolução (pra época, né, que seria 800x600). Infelizmente, caso você queira ver vozes para personagens secundários, vai ter que correr atrás da versão para Xbox 360, PS3 ou Vita, cujas quais não têm previsão para serem lançadas em inglês (se é que vão).


Clannad é uma visual novel de 2004, mesmo ano em que foi lançado Fate/Stay Night, com o brilhante Maeda Jun como escritor dos cenários e compositor das músicas, e Itaru Hinoue responsável no character design das heroínas. Ela narra a história de Okazaki Tomoya, um estudante do ensino médio que está de saco cheio da vida por vários motivos: vida entediante, nada de interessante acontecendo, pai bêbado, problemas para chegar na vida adulta e afins. Tudo isso começa a mudar quando ele se encontra com Furukawa Nagisa no caminho para a escola, uma garota no qual acaba por despertar o interesse dele e, com o passar do tempo, desenvolvendo uma amizade com ela e demais garotas que ele acaba por encontrar na escola. Ao mesmo tempo, seus sonhos sempre retratam um lugar quase que inóspito, com exceção de uma garota que o faz companhia, mesmo ele não podendo se comunicar com ela. O mistério da vida dos personagens, tanto do protagonista quanto da heroína que ele acaba se apaixonando dependendo das ações do jogador, se desenvolvem em algo ainda mais profundo, que termina por abrir passagem para a verdadeira rota do jogo, o After Story, onde retrata um epílogo da vida escolar de Tomoya, na qual ele deve enfrentar as responsabilidades e consequências de entrar na vida adulta.

Sim, é bem fiél ao anime, mas por se tratar de uma visual novel bem longa, é claro que há momentos, cenas e eventos exclusivos ao jogo, o que incentiva os fãs que só viram o anime a dar uma conferida no jogo e se aprofundar ainda mais na história e conhecer melhor os personagens e seus traumas dificuldades.


Nenhum outro jogo da Key foi anunciado, logo, para quem estava esperando uma tradução oficial de Little Busters!, Air, Kanon, Rewrite ou mesmo o futuro Angel Beats!, vai ter que esperar mais um bocadinho. O jogo não tem uma previsão para o lançamento ainda, mas há quem diga que, devido à quantidade de projetos que a Sekai Project tem atualmente (Grisaia no Kajitsu, Fault Milestone One), não deve sair tão cedo assim, provavelmente no final de 2015, sendo otimista. No entanto, agora que temos a confirmação que o jogo VAI sair, pode já ir guardando as moedas pra comprar o jogo, pipoca e caixas de lenços (... já falei que o jogo é all-ages, não?), pois FINALMENTE TÁ CHEGANDO, CARAAAAAAAAAAA!!!


Gostaram da notícia? Eu adorei! mas é isso aí, vejo vocês na próxima postagem (que desta vez não deve demorar tanto assim xd)
Out.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O Diabo na Corda Sol: Primeiro Patch

"Você faz o papel de Azai Kyousuke, o filho de um lendário gângster notório do submundo. Você passa seu tempo escutando Bach, brincando de Deus na escola e trabalhando secretamente para seu padrasto, um implacável peso-pesado financeiro. Essa existência utópica é quebrada quando dois indivíduos aparecem na cidade – uma bela garota do seu passado chamada Usami Haru, com um cabelo em qual você poderia ficar perdido por dias, e um poderoso criminoso internacional conhecido apenas como Maou. Quase que de imediato, os dois iniciam um jogo de gato-e-rato mortal, trazendo você e seus amigos para o fogo cruzado. Planejamento, intriga política e camada sobre camada de armadilhas interligadas são as armas neste épico duelo entre mentes."
Se você é um fã de Death Note ou Code Geass, G-senjou no Maou provavelmente será uma excelente experiência para você. Essa intrigante novel combina os elementos mais queridos de O Cavaleiro das Trevas, Prenda-me se for capaz e Sherlock Holmes em uma só dramática história que, diferentemente dos dois animes citados, não depende de nenhum elemento fantástico ou sobrenatural para causar impacto. 

Também merece créditos por possuir, na opinião de muitos, um dos melhores vilões de toda a história das VNs. Tanto que quem faz a voz dele não é ninguém mais, ninguém menos do que Jun Fukuyama. E claro, pra quem não o conhece, Jun é aquele quem fez a voz de Lelouch vi Britannia, em Code Geass.

Além de ser aclamado por suas brilhantes referências literárias e sua excelente trilha sonora o qual em sua grande maioria é derivada de alguma grande obra da música clássica, O Diabo na Corda Sol também é conhecido por ser um excelente exemplo de que, ao contrário do que vários pensam, o estilo visual novel não se resume a somente hentai e ecchi.



Peço desculpas pela demora, meu Julho foi um tanto ocupado e desorganizado. Acabei percebendo que havia perdido alguns arquivos durante a formatação do meu computador e tive que re-traduzir algumas partes. Apesar de tudo, finalmente chegou a hora de liberar o primero patch, traduzindo o primeiro capítulo para o nosso português brasileiro.

Durante este mês, estou tendo a sorte de poder atuar na tradução em todos os dias, portanto espero um progresso bastante razoável nas próximas semanas. Enfim, já é hora de deixar de enrolação. Segue embaixo o progresso de tradução da VN, e o link para download da patch:

True Route (Haru)
Capítulo 1: 4026/4026 - 100,00%
Capítulo 2: 367/8049 - 4,56%
Capítulo 3: 0/5591 - 0,00%
Capítulo 4: 0/4423 - 0,00%
Capítulo 5: 0/6920 - 0,00%

Tsubaki Route: 0/3380 - 0,00%
Kanon Route: 0/3077 - 0,00%
Mizuha Route: 0/3108 - 0,00%

Cenas H: 0/2625 - 0,00%

Edição de Imagens: 5,10%


Você pode até perceber que alguns elementos do jogo estão em inglês. Sim, eu optei por usar a tradução da TLWiki como base, sendo que esta já continha vários hacks que adaptava o jogo para nós, meros ocidentais. Deixo aqui os créditos, então.

Não faço idéia se sou permitido ou não de postar links para sites onde é possível encontrar essa visual novel, portanto o único link que está aqui é o do patch de tradução para download. 

Caso tenha alguma dúvida, sugestão, crítica ou tenha encontrado algum bug ou falha no português, eu agradeceria bastante se se desse ao pequeno trabalho de postá-los aqui. Dessa forma eu terei conhecimento do que os outros pensam a respeito do meu patch.

Obrigado pelo apoio, e vejo vocês na próxima!

terça-feira, 5 de agosto de 2014

A notícia mais óbvia que poderia se ter esse ano: Shingeki no Kyojin tem sua segunda temporada confirmada (e mais uma porrada de coisa)


Todos os anos, um anime entra numa hype tão forte que acaba por convencer até o pessoal que não é chegado em anime pra ver anime. Seja por achar realmente interessante ou simplesmente pelo efeito manada e ter assunto pra conversar com os amigos, não há dúvidas que desde que Anime Friends começou a ser organizado e desde quando fórums de animes ganharam repercussão no Brasil, animes assim continuam (e ainda vão continuar) a despertar a curiosidade de muitos. Em 2011, foi Mirai Nikki. 2012, Sword Art Online (que tem sua segunda temporada passando na TV japonesa atualmente). Em 2013, foi a vez de Shingeki no Kyojin, baseado no mangá original de Hajime Isayama, com direito à animação da Wit Studio.

A série narra a história de um mundo onde os humanos vivem sob constante ameaça de titãs, seres gigantes com força inigualável com qualquer ser humano normal. Os humanos normais, que vivem em cidades dentro de imensas muralhas, possuem seu poderio militar dividido em três, sendo dois desses grupos destinados especificamente a se defender dos titãs em caso de invasão deles nas cidades e outro onde apenas os melhores permanecem, já que são encarregados de explorar o mundo além das muralhas para descobrir a origem desses titãs. Eren Jaeger e sua "irmã", Mikasa Ackerman, acabam por entrar na divisão de reconhecimento para vingar a morte de sua mãe por um titã, na esperança de poder acabar com eles, mas logo ele acaba por aprender que a jornada não é clichê igual outros animes shounen, e por isso, muitos de seus companheiros e amigos correm sérios riscos de vida ao bancarem os machões na frente de criaturas que são assustadoramente fortes e até imprevisíveis.


Pra quem viu a primeira temporada, sabe que ela terminou em um baita cliffhanger, uma vez que o final abriu mais perguntas do que respondeu as que havia deixado no começo do anime. Logo, tava meio óbvio que uma segunda temporada seria anunciada mais cedo ou mais tarde, ainda mais com o tremendo sucesso que a série teve, o que fez até a Panini trazer às pressas o mangá pro Brasil ainda no mesmo ano em que o anime passou. Não só isso, mas Isayama que não é burro nem nada tá fazendo um leite escroto da vaca leiteira que é a sua criação, com direito a anúncios de spin-offs e DOIS filmes live-action, fora a visual novel que já está sendo distribuída com os blu-rays especiais da série, produzida por ninguém menos que a Nitroplus.

Dito isso, a nova temporada do anime estreará nas TVs nipônicas em Agosto de 2015, daqui a um ano. Vai demorar, afinal, animes não são feitos do dia pra noite, além de que o estúdio confessou que ainda nem começou a trabalhar no novo anime. Não é por menos, já que Isayama fez ambos o mangá e anime em rotas diferentes, com acontecimentos exclusivos um do outro (contém spoilers), de forma a se complementarem e manterem os fãs ligados nos dois universos (e pra ele ganhar mais dinheiro com isso, claro). É uma boa tática, mas dá-lhe motivação, porque escrever uma história por si só já é um inferno, imagina duas histórias de um mesmo universo, com timelines totalmente diferentes? Ah, isso me faz lembrar dos pobres roteiristas de visual novels...


Esse foi o post curto de hoje. Até +!
Out.