Hoje a postagem será num tom diferente que o usual. Aqui no blog eu gosto de falar sobre os jogos em si, de visual novels até RPGs. Hoje veremos os consoles em si, num post um tanto polêmico que eu já aviso de antemão que você pode discordar com o meu ponto de vista, mas encare isso como um tópico para pensar e não para criticar. Posso não ser vidente para dizer o que acontecerá com certeza, mas é uma boa previsão se for considerar o mercado de games atualmente.
E caso você não saiba, o mercado de games está em CRISE. No ano fiscal de 2011 (que vai de março de 2010 até março de 2011), a Sony teve um prejuízo bilionário: 5,7 bilhões de dólares pelo ralo devido as suas vendas cada vez mais baixas em eletrônicos e na área de consoles e softwares first-party (desenvolvidos pela própria Sony ou alguma filial da mesma). A Nintendo, que sempre esteve no verde na época em que todos reclamavam do RROD do Xbox 360 e do preço abusivo do PS3, está em sua inédita sequência de 2 anos no vermelho, em 2011 e 2012, com perdas respectivamente de 460 e 366 milhões de dólares por causa da baixa absorção do Wii U pelos consumidores e da falta de títulos bons para o 3DS que só tá começando a ficar melhor neste ano. Até a gigante Microsoft que lucra mais com pacotes Office do que desenvolvendo jogos postou que sua divisão do Xbox está perdendo a força, tanto na parte dos consumidores que ficaram espertos e desviaram do Kinect quanto os que simplesmente estão esperando a próxima geração de consoles.
A saída, vocês puderam ver nos últimos meses: uma nova geração de consoles para dar aquele ar de "novidade" no mercado. Agora, todo mundo está delirando para ter um console de 8ª geração, babando nas tech demos de engines de nova geração e trailers de jogos que estão por vir (por mais que esses trailers sejam pré-renderizados, ou seja, não estão rodando literalmente em tempo real por um console e, portanto, não terão gameplay naquele look) e nas especificações técnicas do PS4 e do Xbox One. Comparações entre "qual será melhor" ou "qual venderá mais" você vê aos montes pela internet, mas não é aí onde quero chegar. A questão é os jogos, pois algo que pouca gente percebeu é que os jogos cada vez mais estão sendo tratados como serviço do que produto, algo que pode fazê-lo abrir melhor os olhos tanto para o lado das empresas que você tanto ama quanto para o lado do quanto você está disposto a gastar em entretenimento eletrônico.
Nos dias de hoje, não basta você pagar 60 dólares ou 160~180 reais em um jogo de lançamento. Às vezes o próprio jogo lhe incentiva a comprar um map pack maneiro ou uma arma nova ou até mesmo um modo de dificuldade adicional para o jogo, isso quando não o cobra para jogar online (né, Microsoft?) ou te obriga a ficar sempre online mesmo quando for jogar uma horinha de single-player para evitar que você faça alguma peripécia ilegal. Apenas como um reforço do que estou dizendo, a própria Activision fala que um jogador médio de Call of Duty gasta mais de 70 dólares apenas em DLCs e afins, quantia que ultrapassa o valor do próprio jogo original.
E nenhum jogo que se disfarça de bonzinho está a salvo do capitalismo: jogos de facebook e F2P (free-to-play) vira e mexe lhe incentivam a comprar algum personagem novo ou comprar mais "energia" para você jogar mais sem ter que esperar 5 minutos, ou incentiva você a comprar itens que melhore os atributos de seu personagem (tipo o esquema de runas em League of Legends) ou mesmo para simplesmente comprar uma skin para deixar o seu personagem mais único. Jogos para celulares que custam mereca ainda incentivam você a comprar o próximo jogo da série, e se for de graça, pior ainda, pois além disso ele irá te pressionar a comprar a versão full ou lotar a tela do seu celular/tablet com anúncios de restaurantes americanos e produtos de maquiagem importados. E se você acha que para os jogos de consoles portáteis como o Vita e o 3DS, sinto lhe informar, mas até lá eles encontraram um espaço para crescer.
Como se não bastasse, basta você entrar na Live ou na PSN para ver trocentas "ofertas" de DLC e jogos para baixar, músicas, filmes, e até mesmo episódios de seriados atuais. Não há conforto se você não desembolsar um dinheirinho, e mesmo desembolsando, você é coagido a comprar cada vez mais coisas, parte por impulso, parte por se deparar com uma oferta realmente irresistível. Assim como nos comerciais televisivos, é como se você estivesse "ficando para trás" caso não compre aquele determinado produto ou jogar aquele determinado jogo,
"Tá... e onde você quer chegar com isso?"
O pior é que eu não digo que este novo formato esteja totalmente errado, pois no ponto de vista das empresas, jogos mais complexos são mais caros de serem feitos, e como a etiqueta de "US$60,00" para jogos novos não mudou desde a época do nintendinho, elas devem encontrar novos métodos para conseguir dinheiro para cubrirem o dinheiro investido e lucrar, ainda mais se estivermos falando de um jogo que não faz parte de uma franquia ou produtora super famosa. A questão é que os jogos estão deixando de ser, simplesmente, jogos, e estão tentando ser outra coisa: um ponto de vendas. Se você é uma daquelas pessoas que mal assiste televisão atualmente para ficar na frente do PC e do videogame porque TV ficou sem graça e não atura comerciais, melhor arranjar desculpa melhor, pois a Microsoft já criou patentes para mostrar comerciais de acordo com o seu humor e a Sony para comerciais interativos.
Eu chego a dizer que a próxima geração de consoles poderá tender para dois lados: o lado comercial, e o lado hardcore, e se a Steam não apressar logo seus planos para o seu próprio console, diria que o primeiro tem fortes chances de prevalecer. Por mais que os consoles estejam cada vez mais parecidos com computadores que não deixam a sua sala de estar parecer o aconchego de um nerd e cada vez apresentarem mais funções além do ramo de simplesmente rodar um jogo e jogar o jogo, não há como negar que os jogos estão ficando cada vez mais complexos. Dependendo do jogo, talvez não em respeito à história do jogo ou do número de objetos secretos espalhados pelo overworld, mas evoluções significativas nos gráficos, áudio e inteligência artificial cada vez mais realista estão deixando os jogos cada vez mais imersivos, e portanto, deixando o jogador cada vez mais entretido naquele universo. Só que a balança jamais ficará em equilíbro: mais realismo ainda significa maior tempo investido no projeto do jogo, e consequentemente, maior o dinheiro a ser investido, e como a maioria das empresas querem ter o maior lucro possível no menos tempo, elas apenas adaptam o que existe hoje para o console de amanhã, deixando para liberar o verdadeiro poderio da máquina vários anos depois.
Tem aqueles que acham que as empresas Indie e seus projetos em Kickstarter vão mudar um pouquinho as coisas, mas eu acho que não, é simplesmente um meio alternativo para investir em algo que parece promissor e ter retorno (apesar de ter uns projetos bacanas por lá, mesmo sem ser jogos). Sendo a última ou não, a próxima geração de consoles é bem promissora, mas que pode causar um burburinho no mercado devido aos seus tantos recursos. Jogadores casuais podem não gostar do fato de comprar "mais um" console quando já se tem um de uma geração com mais jogos e maior suporte, e gamers harcores podem continuar em seus PCs e aproveitando as ofertas e promoções imbatíveis da Steam. Agora, se eles realmente irão virar as mesas e conquistar gregos e troianos, daí vai depender da E3 e do que mais eles estiverem nas mangas. Só espero que continuem os jogos com histórias bacanas ao invés de apenas investir em multiplayer, pois essa onda já está se acalmando, e ainda tem bastante gente que joga MW2 online e já está satisfeito.
Bom, fiquem com isso na cabeça, pois o post acaba aqui. A gente se vê na próxima, e deixe sua opinião abaixo caso queira, é sempre bom ver mais pontos de vista! ^^
Out.
Out.
Realmente ... o negócio ta ficando feio,na minha opnião o ps4 e o xbox one realmente vão ser lançados em um péssimo momento, só nos resta aguardar e ver o que será
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