quarta-feira, 22 de maio de 2013

Xbox One - Um console, uma nova geração, um novo conceito


Esse pode não ser o fim de uma geração de jogos eletrônicos, mas é a transição de uma. O videogame, antes coisa para hipsters e viciados, que tantas vezes (e ainda é) chamado de coisa do capeta ou de percursor da violência nas pessoas, está mudando de conceito. Algo que antes servia apenas para o passatempo trivial após um longo dia de serviço ou depois de finalmente chegar o fim daquela sexta-feira de tarde com aula daquele professor pé-no-saco, agora serve para fazer isso e muito mais, cada vez com mais perfeição, mais detalhes, mais vida, e mais interatividade.

Ontem ocorreu o evento de revelação do novo console da gigante de softwares de Redmond, e muitas coisas bacanas foram reveladas. Durango, Xbox 720 ou Xbox Infinity, antigos codinomes do próximo console da Microsoft foram por água abaixo. Com o conceito de ser o "mestre" da sua sala de estar ou do seu quarto, nada mais justo que chamá-lo de Xbox One, um aparelho que tem de tudo para redefinir o conceito de videogames, em tempos onde a definição de videogame está cada vez mais abrangente.


Piadas envolvendo videocassetes e plágios com produtos da década de 70~80 à parte, o Xbox One conta com uma bela de um "revamp" nas suas especificações técnicas, podendo rivalizar com muitos computadores top de linha atualmente que são montados por não menos que 2 mil reais. Seu desing mudou bastante, e até mesmo o Kinect, o sensor de movimentos patenteado pela mesma empresa, sofreu grandes alterações, deixando de ser aquele sensor instável e impreciso com várias limitações para se tornar um veterano na área, podendo desde identificar até 6 pessoas simultaneamentes e identificar rotações de membros até monitorar seus batimentos cardíacos à distância e notar seus sentimentos, se você está feliz, triste, entediado, com medo, e tudo mais. Nada escapa dos olhos desse novo aparelho.

O controle dele também sofreu algumas melhoras, fazendo o controle foda de antes ficar ainda melhor. Finalmente um D-Pad analógico, antes exclusivo para controles profissionais caros e edições limitadas, as alavancas de controle não terão folga tão cedo quanto antes, os botões start e select saem para dar espaço a equivalentes e com funções bem melhores, e principalmente, os gatilhos do mesmo terão recuo, dando maior sensação de realismo ao pressionar o gatilho, além de simplesmente ter os motores internos melhorados para dar mais realismo a tudo o que acontece na tela.

E o que ele tem de mais além das melhorias técnicas que todos esperavam? Bem, agora você pode assistir TV na sua TV sem ter que mudar de canal no controle remoto (ooohhh!!!). Um funcionalidade quase inútil, diga-se de passagem, mas que pode ser bem implementada se ela pegar aqui no Brasil com os canais de TV digital ou com as diversas empresas de tv por assinatura. Além disso, a sua aquisição do Skype também vai pesar bastante agora. Para quem não se lembra, antigamente o PS3 e o PSP suportavam o Skype, mas agora com a exclusividade da Microsoft, é claro que ela se gabaria disso com "Olha, você pode assistir um filme e conversar no Skype ao mesmo tempo!" ou com um "Conversar com a sua avó no Skype pela televisão é bem melhor que no computador!" e coisas do tipo. Assim como os usuários de tablets com Windows 8 já sabem, o One também contará com o Snap, tecnologia que faz vários aplicativos rodarem ao mesmo tempo, possibilitando você assistir um filme e checar uma crítica ao mesmo tempo, ou jogar e ver um detonado na internet ao mesmo tempo, ou simplesmente assistir um videoclip e procurar mais músicas do artista ao mesmo tempo.


Ok, vimos tudo que o Xbox One fez várias pessoas (ou pelo menos algumas delas) babarem litros... mas... e os jogos? Nenhum videogame pode ser chamado de videogame sem jogos, certo? Bom, nesse aspecto, tudo que tivemos foram promessas. Promessas de mais exclusivos, de maior suporte das empresas, de mais jogos que usem o Kinect e aproveite tudo o que ele pode fazer, e de que os jogos proporcionarão experiências incríveis, tanto jogando sozinho quanto com amigos ou contra o resto do mundo.

Isso decepcionou, mas a Microsoft já havia falado que isso seria melhor detalhado mesmo apenas na E3, quase 3 semanas a partir de hoje. Entretanto, não foi só isso que o pessoal implicou. Na verdade, foram tantas que, caso você não lesse os primeiros parágrafos desse post, provavelmente passaria reto do One. Conectividade online quase que constante para desfrutar (pelo menos uma vez por dia) de tudo que o console terá a oferecer, taxas para jogar jogos usados, taxas para jogar online assim como acontece com o Xbox 360, não haverá compatibilidade com jogos antigos do Xbox 360 ou do Xbox original, seus jogos que você comprou no 360 como XBLA não serão importados para o novo console, controles do 360 e até mesmo o Kinect original não serão compatíveis com o One, e muitas outras perguntas que ainda não foram respondidas e que estão deixando os gamers loucos. Quanto ele vai custar? E no Brasil? Quanto custarão os jogos? Ainda teremos o suporte de empresas indie (independentes) como agora? Teremos que pagar para assistir Netflix? Ele vai virar sucata se alguém tentar burlar as suas entranhas e tentar pirateá-lo? E cadê a Rare? E aquela patente medonha sobre taxar caso muitos jogadores estejam jogando o mesmo jogo num console ou se muitas pessoas forem assistir um filme? Ele funcionará sem o Kinect parrudão? Ela estará gravando constantemente e enviando o filme para a Microsoft para avaliar o comportamento das cobaias e possivelmente mandar esses vídeos para a polícia caso ele faça algo proibido no país ou cometa algum crime, mesmo se o One estiver desligado, dando origem a diversas teorias da conspiração? A lista continua...


A premissa foi bem clara: o One não quer ser apenas um console picudo. Ele quer ser a única coisa que você precisará ter na sua casa. A Microsoft já cantou a bola disso há muito tempo, mas será que o pessoal vai morder a isca? Hoje em dia, bastante gente tem um Blu-Ray e um computador com Skype instalado, isso se não tiverem um tablet com reconhecimento de voz, algo não tão raro nos dias de hoje. Assim como a Sony ainda terá que provar com seu PS4 e a Nintendo está tentando provar com o seu Wii U, a Microsoft terá que usar bons argumentos, tanto jogos quanto aplicativos e funcionalidades, para fazer o povo deixar de jogar League of Legends ou joguinhos de smartphones para comprar um console da próxima geração, algo que prove que a 8ª geração de games é dezenas de vezes melhor que a geração atual. Algo que apele tanto para o jogador casual que apenas quer dar uma jogada rápida quanto o jogador hardcore que quer jogos imersivos com gráficos ultra realistas, do jogador que gosta de um RPG de história bem-contada até o jogador que compra o jogo apenas pelo multiplayer de Call of Duty. A missão não será nada fácil, especialmente nos primeiros anos de vida do console (assim como aconteceu com os novos portáteis, o 3DS e o Vita), mas valerá a pena assistir quem levará a melhor na largada desta nova geração.

Quem será que levará a melhor? Será que o troféu virá para uma das Big 3 atuais, ou será que o mercado de games para smartphones, smartTVs e de outras plataformas como o Ouya e o Project Shield da Nvidia conseguirá desbancar e forçar os consoles aos limites de sua criação? Será que o PC vencerá a batalha que ele já ganha há décadas, ou será que haverá um conceito que nem mesmo o computador conseguirá desbancar?

E que a batalha comece!
Out.

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