terça-feira, 1 de maio de 2012

Um pouco sobre Visual Novels - Parte 5




Nossa, quinta entrada de posts sobre VNs? Meu Deus, agora que percebo que estou levando muito à sério o assunto....

De qualquer forma, uma rápidíssima revisão. No último post, vimos mais títulos famosos, a origem e um pouco de história de mais empresas famosas como Type-Moon e Nitro+ e seus primeiros grandes sucessos.

Agora, vamos tocando a bola. Como você deve ter percebido, os anos 2000 tiveram muitos títulos bons, e vai ter mais ainda daqui pra frente, tanto das empresas que já construíram sua reputação com bons jogos, quanto outras empresas que serão formadas ou sairão do escuro nesse período.

Títulos famosos de empresas não tão famosas até agora, em 2003, foram Muv-Luv (da Age, que ficou bem conhecida por este jogo e por Kimi ga Nozomu Eien, lançado dois anos antes), True Remembrance (de Shiba Satomi. Sim, ele sozinho), Shiawase no Katachi (da Angel Smile), Cross Channel (da Flying Shine, que por si só vai dar uma excelente reputação para a empresa) e Eien no Aselia (da Xuse). Das empresas já conhecidas, Zanmatasei Demonbane e Saya no Uta (Nitro+. Sublinhe Saya no Uta, porque esse jogo sozinho alavancou traduções para 8 idiomas diferentes, fora o japonês, de tanto impacto que teve, considerado o melhor título da Nitro+ já lançado, desconsiderando parcerias), Sagara-sanchi no Etsuraku Life (Zyx), Yukizakura (Digital Object, também conhecida como D.O.) e a visual novel mais conhecida do mundo, onde falarei em um parágrafo separado.



CURIOSIDADE: Sim, Fate/Stay Night não seria o jogo que é sem uma historinha de fundo. Lembra dos fundadores da Type-Moon, Nasu e Takashi? Pois bem, olha que estranho. Fate/Stay Night era para ser uma novel de Nasu ao invés de uma VN, nos tempos de faculdade dele, antes de fundar a Type-Moon com seu melhor amigo. Se você conhece bem a história da série, Nasu tinha escrito apenas a história de Shirou, e a servante dele, Saber, na verdade era um homem, além de que o personagem principal era para ser uma menina.

Bem, após fundar a empresa e ver o sucesso que Tsukihime gerou, Type-Moon se transformou de empresa doujin para empresa comercial e teve como título inaugural Fate/Stay Night. O sucesso não pôde ser maior: o jogo simplesmente foi o mais vendido no ano que lançou, 2004 (durante o ano inteiro, vencendo até empresas dominantes no ramo, como a Key), e gerou talvez o maior sucesso de uma VN até hoje. Não, não estou exagerando. Aliás, Fate/Stay Night foi o ponto de partida para traduções de visual novels comerciais para inglês, o que antes era apenas feito esporadicamente por alguns fangroups corajosos o suficiente para arriscar (uma vez que suas traduções não visavam lucro. Claro, até hoje, vários grupos de tradução não são comerciais, mas o título que por si só deixou VNs conhecidas no mundo inteiro, incentivando também as traduções comerciais, foi, inegavelmente, Fate/Stay Night)

Acho que isso já é o suficiente para dizer que esse joguinho por si foi peça-chave para o conhecimento de jogos do gênero para o resto do mundo. Claro, teve a sua merecida repercussão, ganhando sequências, spin-offs, side-stories, vários animes, mangás em várias línguas, novels, doujins feito por fãs e grupos e mais uma porrada de merchandising, dos pingentes para celular até cosplays inteiros.



Bem, digamos que após este joguinho, novas boas empresas começaram a surgir, como a Navel (produtora de Shuffle!, particularmente uma das minhas primeiras VNs que joguei), Stage nana (franquia Nascissu) e Gust (série Ar Tonelico), e outras empresas que vão “sair da moita” por causa de suas franquias, como a Overflow (série School Days, novamente, uma das minhas primeiras VNs, e muito boa, além de ser inteiramente animada), F&C (série Canvas, que ficou mais conhecida com o seu segundo título, Akane iro no Palette) e Akabei Soft (A Profile, título que vai fazer a empresa “evoluir”, para Akabei Soft2, e produzirá Sharin no Kuni e G-Senjou no Maou, VNs muito bem recebidas e exemplos de VN), mas no geral mesmo, o ouro das VNs mais famosas serão de empresas famosas como Key (Clannad e Planetarian), Leaf (Tears to Tiara), KID (Remember 11, dos mesmos criadores de Ever 17), FlyingShine (Swan Song) e Nitro+ (Hanachirasu), além, claro, de sequências das franquias citadas nos posts anteriores.

Jogos notáveis nessa época de empresas pouco conhecidas foram Symphonic Rain (Kuroneko-san Team), Quartett! (Littlewitch), Hinatabokko (Tarte), Brass Restoration (Twincle Drop) e Yume Miru Kusuri (Ruf, que agora está inativa, mas que deixou sua marca na história com esse jogo).

E é aí que o cenário de Visual Novels chega no cenário atual. Foi marcado pela acessibilidade dos jogos no ocidente, tanto por sites de importação (J-List) quanto por empresas que irão fazer a localização de alguns jogos para os Estados Unidos (como a Manga Gamer, Jast USA e a XSEED), além de tantos outros grupos de tradução compostos por fãs, incluindo aqui no Brasil.

Claro, entre 2005~2006 até 2012, parece ser muito tempo, mas na verdade não é. O que quero dizer é que será nessa época que será lançado o PSP, portátil da Sony que, devido à sua facilidade de programação (ainda mais fácil que o PS2) e à pouca necessidade de espaço para seus jogos (1 UMD de PSP cabe cerca de 1,8GB, mais do que suficiente para colocar uma boa e longa VN, com vozes e tudo o que têm direito, também graças ao formato que o PSP trabalha, onde pode-se armazenar imagens e sons mais compactos que nos formatos tradicionais para computador), o que o tornará um ponto central para vários ports de visual novels e séries próprias até hoje (ou pelo menos até o PSVita ficar com popularidade igual ou maior que o PSP).



Claro, além dos próximos sucessos de VNs das empresas famosas, daí até os dias de hoje, vários jogos excelentes foram lançados por outras empresas, como Wanko to Kurasou (Ivory), Princess Waltz (Pulltop), Sono Hanabira ni Kuchizuke wo (Fuguriya. Também gerou uma franquia consideravelmente famosa), Sengoku Rance (Alice Soft), Kara no Shoujo, Koihime Musou (BaseSon) e tantas outras.

Por aí, surgiram empresas de sucesso incríveis como Overdrive (Edelweiss e Kira*Kira, que só por esses dois títulos, consagraram a empresa como um exemplo de empresa do ramo) e Makura (H2O – Footprints in the Sand, empresa “irmã” da KeroQ), que rapidamente ganharam boa reputação com seus lançamentos.

E agora, um pouco de história. Lembra da Kid, produtora de Ever17 e da franquia Memories Off? Pois bem, mesmo possuindo duas franquias poderosas e ter colaborado com um port para PS2 de Cross Channel, a qualidade de seus futuros lançamentos (com exceção da série infinity) decaíram drasticamente. Nada adianta produzir mais de 50 títulos (não, nem estou exagerando), sendo que apenas alguns poucos geram atenção suficiente dos consumidores para comprá-los. Isso fez o que a empresa falisse em 2006, e que então, teve sua propriedade intelectual (patentes de seus jogos) comprada pela CyberFront, que passou a desenvolver alguns jogos desconhecidos e a publicar ports de outros títulos famosos, como ports para PSP de Cross Channel, Kana: Little Sister e Deardrops (Overdrive). Felizmente ou não, parte da equipe de desenvolvedores da KID se juntaram com outros integrantes da Tonkin House (série Dragon Slayer) e Scitron (franquia The King of Fighters) e fundaram a 5pb, que ainda publica alguns títulos da série Memories Off.

Numa jogada surpreendente, a 5pb se uniu a um projeto da Nitro+ e criou um dos jogos mais bem-feitos e originais da atualidade, que também influenciou uma pá de visual novels recentes: Chaos;Head.



A história em si foi baseada nos moldes de Higurashi, da 07th Expansion, onde o foco do jogo é deixar o jogador sempre com medo e desconfiando de tudo, claro, com uma trilha sonora e roteiro exemplares para o mesmo. Além disso, uma estrutura única do jogo, chamado de “Delusional Trigger”, que é um tipo de “escolha opcional” no jogo, que vai mudar o estilo das desilusões que o personagem principal irá enfrentar na próxima cena, após algumas linhas de texto. Você tem duas opções de escolha, mas se não selecionar nenhuma delas, uma terceira cena dá continuidade à história. Essa estrutura de jogo será, mais tarde, incorporada com algumas variações em outros jogos dali para frente, tanto da própria empresa (como Steins;Gate) quanto de empresas concorrentes.

Nem preciso dizer também que o sucesso foi tremendo, gerando animes, mangás (sendo publicados até hoje), drama cds e shows de rádio pela internet, e também, considerado um dos melhores exemplos de VN do gênero atuais. Se eu falar que a 5pb ficou famosa “no vácuo” da Nitro+, fãs irão me bater muito, mas de todo jeito, ambas as empresas tiveram suas reputações multiplicadas depois deste jogo.

Bom, a partir daí, lançaram-se algumas VNs boas também, de empresas não tão famosas quanto as mencionadas aqui. Alguns desses títulos são Katawa Shoujo (Four Leaf Studios), Baldr Sky Dive (Giga), Hoshizora no Memoria (Favorite), Maji de Watashi ni Koishinasai! (Minato Soft) e My Girlfriend is the President (Alcot). Poucas empresas notórias surgiram no final dos anos 2000, em especial, apenas a Aksys Games (série Blazblue, Record of the Agarest War, 999: Nine Hours, Nine Persons, Nine Doors, e mais recentemente, publicando Fate/Extra).

E com isso fechamos os anos 2000 e vamos para 2010 até os dias atuais, que é pouca coisa.




Infelizmente, o começo da nova década não foi muito boa para VNs, pois ou os títulos tentavam copiar miseravelmente a fórmula das VNs famosas e de sucesso, ou então os títulos de maior sucesso eram apenas continuações/spin-offs/side-stories de títulos já famosos, ou simplesmente não conseguiram a atenção que mereçem. O cenário que só se reverteu em 2011 para as pequenas empresas com alguns títulos como Monmusu Quest! (Torotoro Resistance), Kamidori Alchemy Meister (Eushully, que teve uma recente tradução para o inglês) e Aiyoku no Eustia (August).

E finalmente, chegamos até os dias de hoje, encerrando nossa série de posts. Mas, para fechar com chave de ouro mesmo, vou passar uma lista dos jogos mais recentes, não mencionados em posts anteriores e nem aqui, de jogos bons à excelentes de empresas fodas (não incluindo coninuações de franquias, apenas títulos novos), para você acompanhar se já jogou ou não, além dos jogos que estão por vir no futuro próximo!

Até lá!
Out. 

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