sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Jogos Usados - E Agora?

A batalha contra a pirataria é uma batalha sem fim. Lembram-se do Gamecube, que diziam que era a solução definitiva contra a pirataria em mídias ópticas? Ou quando o Playstation 3 rodava apenas jogos em Blu-Ray e contava com uma fortaleza em forma de software e hardware para evitar que burlassem o seu sistema de segurança? Ou mesmo na tentativa no mínimo patética de fazer uma nova versão para o PSP que rodava apenas jogos comprados digitalmente na loja digital da Sony? Pois é, a nova geração de consoles está quase aí e a Microsoft e a Sony não são bobas nem nada e querem arranjar jeitos alternativos para o sistema anti-pirataria perfeito. Depois de tentativas frustrantes com o DRM sempre ligado de jogos como Driver: San Francisco e mais notoriamente Diablo 3, onde até mesmo para jogar sozinho deve ter a internet sempre ligada, a Sony preencheu ontem uma patente que pode bloquear jogos usados em um futuro playstation 4, o que alarmou vários jogadores e fórums na internet.

Segundo o documento, o aparelho gravaria uma informação diretamente no disco de jogo ao ser jogado pela primeira vez com o código de identificação do console, e caso o jogo rodar em outro console a partir daí, os códigos gravados na mídia e o código do console não baterão, não executando o jogo e provavelmente mostrando alguma mensagem na tela. Pois é, quem tem um PS3 em casa e vive dependendo de uns sites de compra alternativos ou de algum parente que vai pros Estados Unidos ou pra Europa periodicamente pra comprar jogo usado barato na Gamestop, fiquem preocupados. Ainda mais que os preços de jogos lançamentos em mídia física ainda são bem salgados.


Calma, também não é um novo alarme do fim do mundo. Preencher uma patente não significa necessariamente que o próximo console da Sony será "travadão forever", mas sim que ela, e só ela, pode usar este método caso ela ache conveniente. É conveniente? A menos que a Sony queira dar um tiro no pé, ou fazer igual o Xbox 360, começando os primeiros anos de vida do console no vermelho mas depois arrumando, não. Apesar da Sony estar certo quanto "jogos usados não dão dinheiro para a empresa que fez/publicou o jogo", que diga-se de passagem os títulos mais vendidos do console (não incluindo Call of Duty e derivados, pelo amor de Kami-sama) são feitos ou publicados por ela ou uma de suas filiais, a venda de jogos usados faz o dinheiro circular entre diversas companhias de jogos. É como se você tentasse comprar um carro: se você acha que o seu carro "perdeu a graça", ou simplesmente quer outro melhor, mais potente ou mais bonito, você não vai guardar dinheiro para comprar mais um carro, mas sim vender o seu antigo para comprar o novo. Afinal, sempre terá alguém disposto a comprar o seu primeiro carro como um usado, para não pesar tanto no orçamento.

É um exemplo de certa forma exagerado, mas que vale para games. Muita gente troca ou vende seus jogos para comprar outros jogos, que do contrário não conseguiriam obter. E isso pra eu não ter que citar os milhares de exemplos de jogos independentes que conseguem dinheiro através de micro-transações dentro do próprio jogo, Planetside 2 e Guild Wars 2, os de jogos que cobram apenas um certo preço por mês para jogar como World of Warcraft e Star Wars: The Old Republic, e pra acabar de vez, a Steam, que disponibiliza jogos apenas em formato digital, mas que cobram preços ridiculamente baixos (sem contar as promoções, claro) e ainda conseguem ter um lucro ferrado.

É só um meme random. Prossiga.
... pois é, depois da patente da Microsoft sobre anúncios no meio do jogo, o Kinect que vigia quantos jogadores estão olhando para a TV para calcular preços de filmes e séries para download e o Wii U continuando com a (merda de) trava por região, as empresas de jogos estão ficando cada vez mais desesperadas para conseguirem mais dinheiro dos gamers e demais jogadores de plantão. Triste. Eu realmente espero que a Sony não use essa tal patente no seu novo Play4. Afinal, o Wii U já saiu e não bloqueia jogos usados, então se isso acontecesse com o console da Sony, o console da Nintendo já teria uma certa vantagem.

Claro, a empresa tem todo o direito de querer conseguir dinheiro onde ela quer. Exemplo clássico é o Youtube, onde muitos canais famosos vivem apenas de visualizações em seus vídeos, cada um tendo anúncios antes, depois e ao lado do vídeo. Todo mundo reclama, mas de um jeito ou de outro cada um já criou uma certa resistência aos 5 segundos no começo de cada vídeo e continua assistindo os vídeos no site ao invés de migrar para outros sites. Com jogos é a mesma coisa, já que antes todo mundo reclamava que o Xbox só jogava online se pagasse, mas bem que todo mundo paga pra jogar um Halo ou um Gears of War online, e olha que até hoje o Xbox 360 tem mais vendas que o PS3, que possui online gratuito. As empresas sabem que o consumidor escolhe consoles na base de seus jogos e demais serviços que ofereça, desde ter suporte ao Netflix e Crunchyroll até rodar Blu-Ray e os chamados jogos first-party, os exclusivos para aquele console, e que se não fosse por eles, teria ainda mais gente jogando no PC. Só nos resta saber quais vão ser as cartas nas mangas da Sony e da Microsoft (tirando o controle híbrido Move-Dualshock e o Kinect 2) para fazer a balança se equilibrar.


E você? Acha que jogos usados devem continuar normalmente a serem vendidos e aceitos na próxima geração de consoles? Ou acha que isso impedirá que os moleques haters de 12 anos de idade a infestar os servers de diversos jogos (ou seja lá o seu motivo)? Comente!

Eu fico por aqui por hoje. Até amanhã pessoal!
Out.

Um comentário:

  1. se essa patente for verdadeira! como vamos poder pegar jogos emprestados? e é por isso que eu digo, a sone se F*de cada vez mais com essas imbecilidades! Se f*deu com o lançamento do PS3, se f*deu mais ainda com o lançamento do PSVita, e o próximo deve vir junto com o pedido de falência da sony!

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