Todo mundo adora domingo. É dia de acordar mais tarde (e dormir mais tarde, caso você ainda esteja de férias ou só estuda/trabalha de tarde), dá pra sair e fazer o que quiser, é dia em que o pessoal geralmente come fora ou faz uma coisa especial para o almoço ou no jantar, ficar bastante na internet e no Facebook, e claro, jogar bastante jogos nos quais ainda falta completar ou simplesmente para desestressar no fim de semana.
... ué, jogos foram feitos para desestressar, certo? É um passatempo, um entretenimento, igual qualquer outro como assistir TV, ouvir música, ler algum livro, e essas coisas. E como qualquer outra atividade, sempre tem aqueles que exageram um pouco na dose. Se ler livro é um passatempo, tem gente que nem sai de casa de tanto livro que tem pra ler, pra assistir TV tem gente que se programa para não perder o próximo capítulo da novela que acompanha, pra usar a internet tem sempre aquela pessoa que consegue gastar seu tempo e fazer uma matéria sobre a (in)utilidade do BBB, e para jogos... é, não é de hoje que crianças e adolescentesse inspiram demais nos jogos e acham que podem sair matando no mundo real e que "é só fugir da polícia".
Os Estados Unidos é um país bem curioso e que já teve acontecimentos envolvendo tudo isso. Desde livros judeus que eram queimados durante a Segunda Guerra Mundial por expressarem muita violência até recolhimento e destruição de CDs de hip-hop por terem letras profanas. Jogos não fugiram dessa discusão toda, e várias vezes foram criticados, desde deixar os jovens mais sedentários e anti-sociais até culpar vários massacres pela influência e fácil acesso de jogos violentos no mercado. De fato, amanhã fará um mês desde o massacre em Newtown, Connecticut, onde um jovem chamado Adam Lanza matou docentes e estudantes do ensino fundamental, com um rifle, após ter matado a sua mãe.
E adivinha? A NRA, sigla para National Rifle Association, uma organização estatal inglesa que realiza eventos esportivos com armas de fogo, condenou exatamente isso, citando jogos violentos como Call of Duty, Mortal Kombat, Bulletstorm e tantos outros, assim como seu número bem expressivo nas vendas do mercado de jogos, condenando o seu conteúdo e alertando do número de jogadores desses jogos. Até certo ponto, até daria para concordar com tal ponto de vista, uma vez que esses jogos até têm que passar por organizações de avaliação do conteúdo do jogo, como a ESRB e a PEGI, e avaliar a melhor idade para que tais jogos são melhores e afins.
... com um único detalhe nessa história toda: Adam tinha 20 anos, que por mais que seja considerado "menor de idade" em certos países, já tinha carteira de habilitação para dirigir e, no estado em que ele mora, sequer precisa de alguma permissão para carregar determinados tipos de armas de fogo, que caso alguém não saiba, são de fácil acesso em hipermercados e lojas especializadas espalhadas pelo país. Por mais que tenham teorias da conspiração sobre esse evento e fontes que ainda divulgam várias informações, às vezes até equivocadas, este não é onde este post quer chegar. Como um post de certa forma mais séria aqui no blog, o objetivo não é ditar a verdade, mas fazer você pensar.
Oras, se um jogo é destinado para maiores de 16 ou 18 anos, tem um motivo para isso. No caso, esses órgãos classificadores de jogos acham que, nesta idade, a pessoa já tem consciência do que ela irá presenciar no jogo e que consegue discernir entre como as coisas funcionam no jogo e como funcionam na vida real. Por mais que atualmente tenha gente por aí de 10~12 anos que já pegou muito mais mulher que muito marmanjo ou que acham que já são adultos pelos jogos, séries e demais coisas que acompanham, para jogos assim serem disponibilizados para todos é algo complicado, ainda que estejamos numa geração onde "nada é proibido, tudo é permitido", onde uma simples busca no Google já basta para achar praticamente qualquer coisa que exista na forma digital.
Sabe, é um assunto muito delicado para se tratar. Confesso que quando eu era pequeno, antes de existir PS3 e Xbox 360 e essa parafernalha toda de jogar online com consoles, eu jogava Resident Evil 2 para Nintendo 64, e olha que deveria ter no máximo uns 12 ou 13 anos aí, bem abaixo do "Rating M" que ficava no cartucho, que dizia que o jogo era aconselhável para pessoas acima de 17 anos. Desde então já joguei Doom, Duke Nukem, Turok, Conker's Bad Fur Day, e uns anos depois, GTA, God of War, Def Jam Vendetta e tantos outros jogos e nem por isso me tornei alguém violento que sai por aí carregando uma 12 nas mãos ou que sai dando porrada em todo mundo. Já digo que até para eroges eu comecei bem antes da idade aconselhável, e garanto que há mais um monte de gente que também joga esses jogos e não têm comportamento tão agressivo ou exagerado assim. De fato que a reação a jogos assim é bem diferente de pessoa pra pessoa, mas quem joga o jogo deve estar preparado para o que vai presenciar ou ser obrigado a fazer. É como se alguém escolhesse ver um filme pornô mas não querer ver uma cena de sexo por achar repulsivo ou seja lá qual outro motivo, ou ver um anime yaoi e não querer ver um beijo entre homens.
Infelizmente ou não, jogos violentos, por via de regra, já vendem mais que jogos mais leves, o que incentiva ao gênero crescer cada vez mais, assim como acontecem em filmes e séries de televisão. Não obstante, já há várias pessoas com seus 14~15 anos (ou até menos) que gostam desses jogos e não vão parar de jogá-los. Por mais que não tenham o jogo, nada os impede de procurar um vídeo no Youtube para saber mais do jogo, ou procurar fóruns que fale mais do jogo ou da série, então proibir o acesso ou a venda de tais jogos não é lá uma das medidas mais vantajosas no ponto de vista das empresas, já que é dinheiro à mais pra elas e não vai limitar o acesso do jogo para a maioria do mercado consumidor de um jeito ou de outro.
Nos EUA, armas de fogo são de fácil acesso, como escrito antes, e como muita gente de lá anda armado, ou no mínimo tem uma arma em casa, digamos que é um ambiente mais propício a acontecer isso, já que os EUA nunca quiseram levar o licensiamento de armas de fogo tão a sério como no Brasil por exemplo, onde a venda (legal) é extremamente limitada e burocrática. Não obstante disso, já tivemos casos de massacres em escolas no Brasil também, e com isso também veio à tona a discussão de programas e jogos violentos. De um lado, o grupo extremista que acha que tudo isso deveria ser mudado, mostrando pesquisas onde jogos deixam as pessoas mais violentas e sem pensar nas consequências de seus atos, enquanto do outro lado temos um grupo menos radical, que acha que tudo isso depende da criação da criança desde os seus primeiros anos, dos valores que a família julgam importantes, e claro, da exposição à conteúdo violento sem a presença dos pais. Ambos têm argumentos realmente convincentes, mas a solução definitiva é bem relativa, pois depende de muitos outros fatores, que mesmo se a pessoa for maior de idade, como foi o caso de Adam, devem ser levados em consideração para evitar que tais tragédias continuem acontecendo.
E você? Qual linha de pensamento você segue? Acha mesmo que jogos violentos deveriam ser restritos para certas pessoas dependendo da idade ou de outras características? Ou acha mesmo que a solução para isso é outra? Comente!
O post de hoje termina aqui. Até a próxima, e bom final de Domingo pra vocês!
Out.
Out.
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