sábado, 30 de março de 2013

Análise de Anime [7] - Oretachi ni Tsubasa wa Nai

Anime baseado em visual novel da Navel e character design da Aoi Nishimata: SEU ARGUMENTO É INVÁLIDO! (ou deveria ser)
Navel. Este é o nome da empresa que fez o jogo que mais marcou a minha vida pra época que eu joguei, além de fazer eu me interessar (pra caramba) em visual novels e, se duvidar, se não fosse por ele talvez nem este blog e nem as nossas traduções estariam aqui hoje. O jogo que me refiro é Shuffle!, mas há ainda um sucessor espiritual (como diria o Lighty) para este jogo, chamado de Oretachi ni Tsubasa wa Nai (algo como "Nós não temos Asas", mas a tradução "oficial" em inglês é "Under the Innocent Sky"), lançado originalmente em 2009 como visual novel e que ganhou anime em 2011 pelo estúdio Nomad, mesmo estúdio de Ouran Host Club.

Mas tem o seguinte lance: a visual novel original da série é gigantesca (há quem diga que ULTRAPASSA Fate/Stay Night, ainda mais na versão expandida do jogo) e ainda contém fandiscs contando os acontecimentos antes e depois do jogo original, e o anime só tem 12 episódios... será que a adaptação foi boa mesmo (lembre-se que a visual novel do jogo é considerada uma das melhores de uns tempos para cá)? Ou será que esbarraram legal na adaptação e criaram uma monstruosidade?

Bom... *estrala os dedos*... isso você vai descobrir logo, logo...

História
Claro que teria uma referência escondida de Sekai Seifuku Kanojo, a visual novel que sucedeu Oretsuba, da Navel no próprio anime... e... aquela ali é a Primula???
<--- música para ouvir enquanto lê a análise ^^

Contar a história sem dar spoilers é impossível, mas tentarei manter no mínimo possível.

A série se passa numa cidade fictícia chamada Yanagihara, e o rumo da história se divide em três protagonistas: Haneda Takashi, um estudante de colegial que misteriosamente é namorado de Watarai Asuka, a tsundere que namora com ele aparentemente sem motivo, Chitose Shuusuke, um trabalhador sempre bem disposto e enérgico do café Alexander e que faz um bico para uma editora escrevendo análises de livros, e Narita Hayato, um quietão e valentão que anda por aí de noite em busca de alguns trabalhos temporários e que tem seus amigos da vida noturna.

A história de Haneda é misteriosa e conta a história de um mero estudante colegial, que de quebra é representante de classe, mas que, estranhamente, de tempos em tempos, se separa do mundo real para um reino fantasioso chamado Gureta Garudo, onde ele é o cavaleiro mais forte do reino e que deve salvar a princessa Asuka (ou mesmo participar das batalhas com ela) sempre que necessário. A parte de Chuusuke mostra a vida enérgica de trabalhador junto ao engraçado dono do bar Alexander e suas garçonetes, mas que mais tarde se junta com Tamaizumi Hiyoko, uma escritora cujo livro mais recente é a próxima análise do colunista e que acaba por trabalhar como garçonete no bar também. A história de Narita, com um bom toque de ação e cenas inesperadas, mostra a jornada dele ao ter que encontrar a bicicleta de Ootori Naru, irmã de Ootori Kakeru, líder de uma das gangues mais barra-pesadas da região leste da cidade, a Yanagihara Flame Birds, arqui-inimiga da R-Wing, e com isso acaba por se envolver em muitas coisas que ele não deveria.


A série ainda conta com, no mínimo, duas sub-heroínas para cada protagonista, além de uma renca de personagens secundários (eu particularmente perdi a conta, ainda mais que no último episódio têm mais personagens ainda) e a última heroína, Haneda Kobato, cuja "rota" consegue interligar todos os personagens de uma forma inesperada e bem marcante. Como disse, o anime tem 12 episódios, mas que poderiam ser facilmente reduzidos em 8 ou até menos, deixando passar muita coisa e deixar muitas outras corridas ao extremo... o motivo? Continue lendo e você entenderá.

Animação e Trilha Sonora
Todas as personagens têm jeitões que agradarão o telespectador. Tamaizumi e Naru são minhas favoritas xD

A animação é boa, mas se comparada com os visuais de outros animes de 2011 ou 2010, diria que está abaixo da média. Muitas cenas e episódios têm várias desproporções nas personagens e o lip-sync deles poderiam ser melhorados facilmente. Os movimentos dos personagens são realistas até certo ponto, mas em vários casos aparecem aquelas cenas em que a física é jogada fora e há vários peitos balançando e realces nas saliências das roupas íntimas das personagens, tudo para o bem da ênfase ao fanservice.

Apesar disso e de vários toques que tentam imitar animações da Shaft (Madoka Magica, Denpa Onna to Seishun Otoko, Bakemonogatari, ef ~ A Tale of Memories/Melodies~), tudo contribui para o humor escancarado da série (que também tem várias cenas como aquelas no jogo), tanto nas cenas 100% fan-service até cenas em que você espera um desenrolar sério, mas no final ela acaba de maneira bem engraçada.

Quanto à trilha sonora, ela puxa várias faixas de Acchorike, que pra quem não sabe, é o produtor original de uma caralhada de músicas dos títulos da Navel, inclusive nos mais recentes dela. Praticamente todas elas foram tiradas da visual novel e todas elas dão o ritmo certo para a cena que está ocorrendo. A qualidade é muito bacana de se ouvir no seu celular ou nos seus momentos de descanso. As músicas de abertura e encerramentos do anime também são bem viciantes, fazendo valer a pena ver cada episódio do começo ao fim só por causa delas.

... mas isso quer dizer que os episódios são um lixo e só a música é boa?... em alguns casos, até digo que sim, mas vamos por partes antes de concluir com a análise.

Opinião, Pontos Fortes e Fracos
Por melhor (ou pior) que seja a comédia do anime, a história se desenrola devagar, dando pistas bem breves em alguns momentos, até revelar tudo nos 2 últimos episódios de uma maneira bem...

Eu esperava que o anime me surpreenderia, por ser baseado na empresa que eu tanto adoro e com uma história tão complexa, com tantos personagens e devido ao tamanho das rotas do jogo. Felizmente, o anime conseguiu me surpreender. Infelizmente, não foi o tipo de surpresa que eu esperava.

Pra começo de conversa, muita gente (e eu me incluo nessa) achou o primeiro episódio da série HORRÍVEL. Ao mesmo tempo que ele tenta introduzir os protagonistas (e, até o quarto episódio, as heroínas principais), ele faz isso da pior maneira possível, usando e abusando de piadas e cenas entupidas de sexual innuendos, implícitos e explícitos (sério, tem uma cena de "sexo" no episódio 8), praticamente tornando o anime em uma comédia bem apelativa, mas que ainda assim funciona e muito bem.

Claro, mas não podemos nos esquecer da história... qual história? Nesse meio de fanservice e piadas apelativas na série, ele te dá várias pistas sobre o relacionamento dos protagonistas (similar, digamos, à Chaos;Head e a ligação do Nishijou com os Gigalomaniax). Até o episódio 3, as pistas são bem escassas e que pode até lhe dar uma impressão falsa do que pode ser tal relação, mas do final do 4º episódio em diante, o assunto começa a se expandir e quase que fica sem sentido algum, mas nos seus últimos episódios, consegue ligar os pontos de uma maneira espetacular, daquele jeito em que toca o coração das pessoas e fazem as peças se juntarem brilhantemente (isso se você entender a história, pois pode ser que àqueles que viram correndo percam algumas minúscias e não entenda o último episódio que, à primeira vista, não faz sentido).

Beleza, então temos bastante comédia, boa música, e prestando bastante atenção na história o anime revela ter uma história capetal... tá, e quais são os pontos negativos da série, então?... bom... quase todo o resto... infelizmente...

"Como assim, todo o resto?"
Primeiramente, os primeiros episódios do anime não te dão qualquer incentivo para assistir a série por parecer mais um anime de comédia do que um anime com história bonitinha e tudo mais. No máximo, você aguentará pelas partes de ação da história do Narita e a partir do finalzinho do episódio 4, onde a ligação dos protagonistas começam a fazer sentido e dar início a muitas teorias, mas ainda assim, nos episódios posteriores, ainda têm várias cenas de nonsense e comédia (que algumas vezes falham em serem engraçadas) e parece que a história fica meio de lado até o finalzinho mesmo do anime.


Segundo, vêm as rotas das personagens. Elas são ridiculamente mal-interpretadas, e tirando a parte da Kobato, falham em transmitir fortes sentimentos. Mesmo você gostando da personagem e falar "Caraca, essa história vai ficar boa!"... ela não fica tão boa. É como se a rota da personagem começasse, chegasse no seu clímax, mas na hora do desfecho o estúdio viu que os episódios tavam acabando e colocaram finais decepcionantes, com vários nós sem pontas, dando a impressão que as heroínas estão lá só de enfeite e que a trama principal é o mistério entre os protagonistas... o que não deixa de ser verdade, mas no jogo tem bem mais coisa que isso.

Terceiro, o TANTO DE PERSONAGENS! Puta que o pariu, é tanto personagem bacana que não se desenvolve... chega a ser deprimente. Tá certo que com 12 episódios você só pode dar foco em alguns personagens, mas podiam ter se esforçado em, já que é esse o caso, dar foco nas heroínas, pô! Eu tive que assistir o anime duas vezes (sim, eu repeti um anime, olha o ponto que cheguei!) pra me lembrar dos nomes de cada um, e ainda por cima, pra nada, já que eles não fazem quase nada no anime, tirando participarem das cenas engraçadas.

Quarto e mais importante, o tanto de coisas que deixaram sem explicar. Como diabos Gureta Garudo surgiu, e, se ele era mesmo um sonho, como que os outros personagens sabiam da existência dele? Como que a Asuka virou namorada do Haneda? A Hiyoko teve sucesso na publicação da sua outra obra ou não? Por que exatamente a Naru se separou da sua mãe? O que estava escrito no Pocket Bell dela? Pra que serviu o dinheiro que Shuusuke e Narita arranjaram? Como diabos o Youji tinha várias aparências dependendo de quem olhava para ele? Tem alguma ligação disso com Gureta Garudo ou não? Por que Karura foi aprisionado no Abismo e os outros não?

Chega a ser frustrante o número de perguntas sem respostas na série, que podiam facilmente ser respondidas se o anime deixasse um pouco de lado as cenas humorísticas (não largar mão delas, mas simplesmente tirar algumas), pois são elas que fazem um anime que terminou tão bem se sentir superficial quando se olha para trás. Com certeza absoluta, se a pessoa dá 8 ou mais pra esse anime, é porque ela se esqueceu de quase tudo dos primeiros episódios e só se lembrou dos dois últimos, que são memoráveis mesmo, mas que ainda têm seus defeitos e que poderia ser melhor ainda facilmente.

Conclusão e Nota Final
Pelo menos, o anime tem muito pouco a esconder quanto à sangue, partes femininas e piadas apelativas... especialmente depois dessa cena...

Dá um nó no coração de dizer isso, mas me senti desapontado com o anime. Calma, desapontado não é sinônimo de ruim. Desapontado quer dizer que não respondeu às minhas expectativas. Se eu não fosse fã da Navel, provavelmente não assistiria o anime, e talvez  nunca procuraria uma análise da série devido à primeira impressão que o anime dá, e mesmo assistindo e vendo a história fazer sentido, muitas coisas ainda não são explicadas, dando a impressão que o anime foi feito por quem não planejou o storyboard direito, já que assunto a série tem de sobra.

Adaptações de visual novels cortam (muitas) coisas da obra original, de fato, mas eu esperava que um roteiro como o de Oretsuba, mesmo mal adaptado, faria muita gente se lembrar carinhosamente dele. Se você se lembra apenas dos últimos episódios dos animes que você viu, talvez aconteça isso com você, mas se você pôr na balança todos os demais episódios, garanto que não vai achar que valeu tanto a pena assim... ouviram, pessoas que dão 9~10 para Angel Beats sem nem terem lido a light novel ou o mangá?

Nota Final: 6,5/10

É um anime "bonzinho", apesar de ter potencial para ser fodelão. Não espere um anime com personagens yandere que ficam doidas pelo personagem principal, ou um nakigê estilão Clannad, ou uma história que têm tudo pra dar errado e no final dá certo. Oretsuba é um anime que fará você  sorrir e gostar de pelo menos uma das personagens, heroínas ou não, e se tiver um pouco de paciência, o anime te recompensa com seu final e com aquele gostinho que vai ficar no seu coração de "quero mais", de querer jogar a visual novel original e se aprofundar ainda mais no universo para responder suas perguntas mais pertinentes. Infelizmente, se você não tiver tanta paciência assim ou achar que não vale a pena aturar tanta coisa do anime apenas pelo seu final, então não tem jeito, melhor passar reto neste anime antes que você venha me xingar por não ter avisado dos defeitos dele.

"Tsubasa nante nakutatte... kaete kite yo..."

Bom, a análise termina aqui. Até a próxima, e... bem, só digo para esperarem ouvir esse nome mais vezes...
Out.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Da Capo III tomou C&D. Como que o gênero deveria crescer no Ocidente, afinal?


Triste notícia para aqueles que estavam esperançosos para a tradução em inglês de Da Capo III, pois a tradução da common route não está mais online (pelo menos não na Fuwanovel), já que o grupo tomou um C&D (Cease and Desist) da própria MangaGamer, que tem os direitos para a publicação dos jogos da Circus, a empresa japonesa produtora do jogo original, nos Estados Unidos.

Em um post ontem no seu blog, Aaeru, fundador da Fuwanovel, site de traduções de visual novels feitas por fãs do gênero e que são disponibilizadas para download sem qualquer custo e sem pedir doação alguma, obedeceu o pedido feito pelo advogado da empresa, mas criticou (do jeito que ele tanto gosta de escrever) o velho paradigma sobre direitos autorais que ainda continua a assombrar o mundo e como traduções feitas por fãs podem sim ajudar a alavancar as vendas das empresas, ao invés de comprometer a sua expansão para o Ocidente (basicamente o que o advogado alegou, em palavras mais pomposas).

Sabe, o mundo de "gente grande" é complicado, mas a grosso modo, basicamente funciona assim: se tem uma empresa que ganha dinheiro fazendo alguma coisa e tem um (ou vários) grupo(s) de pessoas fazendo a mesma coisa que essa empresa, mas disponibiliza de graça, esse(s) grupo(s) podem potencialmente prejudicar as vendas desta empresa, e portanto, são considerados ilegais. Isso abrange desde a pirataria convencional onde alguns afortunados compram um cd/dvd/blu-ray de música/série de televisão/jogo e "ripam" na internet, até grupos de tradução de animes e mangás e afins. E, como toda atividade ilegal, ela pode gerar multas ou até mesmo dar prisão dependendo do tamanho do furo que estiver dando no bolso de tal empresa ou terceiros.


Mas calma lá! Antes de sair criticando ou defendendo um lado da história em particular, vamos ver os pontos de vista dos dois lados. Afinal, como já disse em outros posts mais sérios do blog, o meu objetivo aqui não é ditar a verdade, mas esclarecer alguns fatos e possíveis dúvidas, fazendo com que o leitor saiba melhor do assunto e tenha uma visão mais aberta dos assuntos que abordarei aqui. Já que você leu isso, ótimo. Agora podemos continuar.

Não é novidade pra ninguém que a MangaGamer tem contratos com várias empresas produtoras de visual novels diversas, como a minori (ef ~A Fairy Tale of the Two~), Overdrive (Edelweiss, Kira*Kira, Dengeki Stryker), Innocent Grey (Kara no Shoujo) e Circus (Da Capo, Suika), apenas para dizer algumas. Para ter os direitos para poder traduzir os jogos dessas empresas e vendê-los mundo afora, ela paga essas empresas para tal, e claro, dependendo dos termos do contrato, essas empresas podem ou não aceitar a proposta da MangaGamer, fora aquelas empresas mais marrentas (*cofcofKeycofcof*) que querem que seus jogos saiam apenas para o Japão, sejam exclusivos para o Japão, e foda-se. Quer comprar o jogo? Vai ter que desembolsar uns bons trocados para comprá-lo de algum site de importação de produtos do gênero e vai se arriscar de pagar, na melhor das hipóteses, 50% à mais do preço original do jogo, e isso se não for pego pela alfândega... dependendo da sorte, até dá pra encontrar bons lugares para comprar tais jogos, como é o caso de sites como a AmiAmi ou PaletWeb, mas se o jogo que você quer é muito específico, já lançou faz um bom tempo, ou é aquela edição rara que você sempre quis, ou mesmo é de alguma empresa mais underground... infelizmente, suas chances caem drasticamente.

Bom, mas independente do que rola na cabeça fechada dessas empresas, empresas como a Jast USA e MangaGamer pagam para terem a exclusividade de lançar títulos de uma certa empresa, e pode apostar que não paga pouco não, já que é um risco para a produtora original caso as vendas deste título sejam um fiasco ou caso a imagem dela fique ruim no ocidente (tipo no escândalo de Rapelay). Como se não bastasse, essas empresas não tem tanto lucro como vocês devem estar pensando, já que, segundo o próprio fórum da MG, ela admite que já tem baixos níveis de vendas em seus lançamentos, além de que o lançamento de cracks ou torrents patcheados desses jogos nas redes de compartilhamento reduzem tremendamente o número de compras e downloads do título por meios oficiais.

Agora vamos raciocinar: você é dono de uma empresa que já tem um ninho de mercado pequeno e lucros quase que marginais. Se, de algum jeito, alguém pega o seu produto e começa a copiá-lo e distribuí-lo para este mercado, quem que vai comprar os produtos da sua empresa? É como dizem aqui no Brasil: "Pra que pagar se eu posso ter de graça?". Não é por menos que a partir de 1º de Abril, todos os jogos comprados em formato digital no site da empresa terão DRM, que é uma medida para diminuir a pirataria de seus títulos, algo que está se popularizando nos dias de hoje (e que já se provou extremamente frustrante, como em Driver:San Francisco, Diablo 3 e, mais recentemente, SimCity 2013)... e por mais que o pessoal critique, Steam têm todos os seus jogos funcionando na base do DRM também, mas ninguém reclama já que os preços que eles oferecem cobrem qualquer dor de cabeça que possa ocorrem disso.


Agora, de nada adianta falar nisso tudo sem vermos o outro lado da história. Afinal... como você conheceu visual novels? Olha, 99,9% dos casos se dá por 3, e apenas um desses 3, fatores. O cara só conhece visual novel se ele acompanhou uma série de anime/mangá/light novel que ele curtiu pra caramba e resolveu aprofundar (Fate/Stay Night e Clannad, estou falando dos seus fãs!), ou caso algum amigo já jogou e mencionou o termo ou um jogo desse gênero (Katawa Shoujo, um belíssimo exemplo!), ou você já é fã de RPGs e acabou se esbarrando em algumas das visual novels com elementos de RPG, tipo Utawarerumono e Kamidori Alchemy Meister. Se você conheceu o termo por pura sorte, seja por um vídeo no Youtube ou algum post de blog mais famoso, você está de parabéns, mas saiba que você é apenas uma minoria.

Enfim, ambas a Jast USA e a MangaGamer não possuem títulos tão reconhecidos assim nos seus armamentos. Ambas não têm um Clannad ou um Fate/Stay, mas ainda assim, temos traduções em inglês para eles (fora outras também, pelo reconhecimento dos jogos) e não foi por falta de encheção de saco por parte dos fãs, como você pode averiguar em vários sites e fóruns por aí. Agora, imagina se, ao invés disso, fossemos obrigados a pagar caro pela importação de um jogo e ainda ter que aprender japonês para podermos jogar o jogo? Já imaginou que injustiça que seria para os fãs de visual novels se apenas os títulos localizados oficialmente estivessem no ar?

É por esse motivo, de aproveitar o conhecimento que o grupo tem para tradução, edição e programação, que as equipes de tradução traduzem jogos de uma determinada franquia ou de determinado jogo que está ficando popular, ou jogos de uma empresa em especial. Eles não fazem isso para ferrarem com as empresas e produtoras originais, mas sim para tornar essas obras mais acessíveis ao público (e sem estar pirateando por assim dizer, já que esses grupos entregam só a tradução do jogo, e não o jogo inteiro).

É, também tem isso...
"Ah, Out, que visão mais ingênua. O aparecimento de equipes de tradução só contribuí ainda mais para a pirataria, já que esses jogos são facilmente acessíveis em sites e redes de compartilhamento."
Meio certo para o argumento acima. Uma parte está certo, pois de fato, se a pessoa pode ter o jogo de graça, ela não vai pagar, sei lá, 100 doletas pra cópia física do jogo, a menos que seja um fã bem die-hard (e endinheirado). Agora, a parte errada é não ter o jogo disponibilizado aqui no Ocidente e tentar proibir que esses grupos independentes lancem traduções para esses jogos. Aí, entramos num ciclo vicioso e que é muito difícil de sair dele.

Se o jogo não é bem reconhecido no Ocidente, as empresas não terão interesse de traduzí-los. Sem muitos títulos do gênero traduzidos, é muito difícil alguém se interessar espontaneamente nesses jogos, pois eles não têm alcance tão grande quanto os jogos mais populares. Se esses jogos não têm tanto alcance, cada vez menos empresas estarão interessadas em traduzí-los e começarão a atuar em diferentes áreas. Com cada vez mais jogos "convencionais" disponíveis e cada vez menos visual novels sendo traduzidas para o inglês ou seja lá qual for o idioma, as chances das pessoas jogarem esses jogos ao invés de visual novels serão maiores, e assim o ciclo continua, até, eventualmente, os jogos permanecerem exclusivos para o público japonês, assim como era até a primeira metade da década passada.

Grupos de traduções de visual novels surgiram para quebrar este ciclo, pois por mais que a grande maioria dos jogadores baixem os jogos dessas traduções, esses jogadores poderão presenciar uma história que do contrário eles nunca leriam. Para as pessoas que gostaram muito do jogo, elas vão compartilhar seus sentimentos ao jogar o jogo com seus amigos, provavelmente irá comprar os jogos subsequentes desta empresa, passará a se interessar cada vez mais pelo gênero, e claro, espalhará a notícia, fazendo com que cada vez mais pessoas conheçam o gênero, expandindo o ninho de mercado que falei uns bons parágrafos atrás. E se o problema for mesmo as vendas, temos inúmeros serviços que provam que, mesmo colocando um preço ridiculamente baixo no produto, ele pode ter muito lucro. É só olhar para Netflix, Hulu, a própria Steam e seus derivados, algumas editoras de mangás americanas que disponibilizam a leitura de quantos mangás quiser pagando uma assinatura ridícula, Crunchyroll, novos planos de operadoras de celulares, e mais uma infinidade de outras empresas que ingressaram nos "micro-planos". Por que não fazer o mesmo para visual novels?

Se essas empresas fossem espertas mesmo (como foi o caso da Jast USA com a TLWiki), elas não reprimiriam esses grupos, mas sim, saberiam trabalhar com eles, seja recrutando-os para serem tradutores oficiais, ou para dar conselhos para qual jogo traduzir, ou para apressar o processo de tradução dos jogos. Tacar C&D neles não vai diminuir a pirataria e muito menos tornará o gênero mais popular. Vale lembrar que os tradutores de VNs, na maioria das vezes, são os maiores fãs dos jogos que ela traduz e os que mais contribuem para que a empresa e seus jogos façam sucesso. Afinal, para a MG e a Jast USA surgirem, com certeza elas viram um mercado que tem potencial (novamente, por causa das traduções não comerciais e das comunidades/fan-bases e fóruns relacionados a esses grupos ou para o gênero) e começaram a investir nele. Atacar os grupos de tradução como "empecilho para as vendas" seria como dar um tiro no próprio pé. Parafraseando o grande Sun Tzu, "Aquele que sabe quando pode batalhar e quando não, será o vitorioso."


Eu sei que o grupo de tradução já estava errado pra começo de conversa porque a MG já anunciou que iria traduzir DCIII mais cedo ou mais tarde, mas que este post valha como um post mais "polêmico" sobre se os grupos de tradução deveriam continuar a existir ou não.

... e você, o que acha? Acha que grupos de tradução deveriam existir como sempre existiram para que o gênero seja mais difundido no resto do mundo? Ou acha que o melhor caminho é deixar tudo nas mãos da MangaGamer e da Jast USA (e outras, se surgirem) porque elas sabem o que estão fazendo? Gostaria de ler o seu comentário!
Out.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Kick Start Generation é lançado, confira o novo Fate/Extra CCC!


Vocês já sabem que eu particularmente adoro jogos da Overdrive. Seus jogos quase sempre cativam o jogador com a sua história logo nos primeiros minutos de jogo, traz personagens engraçadas e bem únicas, além de uma história que se desenvolve de maneira inexplicavelmente emocionante, virando jogos memoráveis para comparação de muitos jogadores de visual novels por aí.

Após o lançamento de seu mais novo jogo, Boku ga Tenshi ni Natta Wake, que quebrou com muitos tabus da empresa e mesmo assim se tornou num jogo surpreendente, a empresa lançou hoje mesmo um DVD/Blu-Ray de um OVA de crossover dos três jogos dela que envolvem bandas musicais: Kira*Kira e a banda D2B, Deardrops com a sua banda homônima, e Boku ga Tenshi ni Natta Wake, com a banda Cas., mostrado no vídeo abaixo.


Hoje eles também lançaram uma prévia da "apresentação" da banda Deardrops do OVA, como você pode ver a seguir.


Eu particularmente gosto mais das músicas de Kira*Kira e Deardrops (também por estar mais acostumado a elas do que as músicas da Cas, por não ter jogado tanto do jogo), então curti mais esse novo vídeo, mas de um jeito ou de outro, mal posso esperar para sair o OVA para eu poder assistir e ficar babando mais nas minhas personagens favoritas do jogo.

Porque se eu falar que o jogo só vai vender por causa da Saber com peitos e vestido de noiva...
E o novo spin-off do Nasuniverso saiu para o portátil antigo da Sony, para a alegria dos fãs. Fate/Extra CCC é a continuação do jogo anterior, Fate/Extra, localizado para o inglês oficialmente pela Aksys, e será jogado de forma similar, como você confere no vídeo abaixo:


Ô DESGRAÇA!
Eu bem que falei que estava esperançoso por esse jogo, que eles iriam corrigir o incrivelmente falho sistema de batalha "jokenpô cego" com skills, com batalhas extremamente repetitivas, pouca variação de inimigos e história que terminou do pior jeito possível... bom, sobre o final eu não posso falar nada para Extra CCC, mas poxa vida, eu crente que eles mudariam o sistema de batalha para algo mais tangível e emocionante que esse...

Bom, pelo menos, pra quem gosta de jogo assim, uma tradução deverá sair no final do ano ou no máximo no ano que vem (apesar de que deve lançar na PSN apenas, já que o PSP já anda obsoleto até mesmo pras visual novels japonesas ultimamente)... e hey, já contei que a tradução de Hollow Ataraxia para o inglês está quase no fim? Será um bom aperitivo enquanto a tradução não chega, né? xDD


E eu fico por aqui. Até a próxima!
Out.

terça-feira, 26 de março de 2013

O meu Pastel é o Melhor!

Hoje pode não ter post, mas tem um vídeo bacana da ressureição da nossa série Derpin' Out!

Espero que gostem xD


Out.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Freezing ganhará nova temporada, confira o trailer de FF X/X-2 em HD


Gosta de batalhas? Gosta de matança? Gosta de mulheres brigando entre si de maneira que você provavelmente nunca viu? Pois este ano você estará feito, pois Freezing ganhará mais uma temporada, como revela o volume mais recente do mangá lançado no Japão.

Freezing conta a história de uma escola que forma alunos para lutar contra os Novas, alienígenas que invadiram a Terra por um motivo misterioso. Para isso, os alunos lutam em duplas, sendo a mulher, mais velhas que o homem e chamadas de Pandora, fazem a parte da batalha enquanto o homem, os Limiters, restringem os movimentos e ações dos Novas. A história fica bem maneira com o passar dos volumes, então é uma ótima notícia saber que o anime de 2011 não terminará "apenas" do jeito que terminou.

O mangá é lançado aqui no Brasil também e está atualmente no volume 9, então podemos dizer que, até o lançamento do anime (e se a JBC não pausar a publicação no meio-tempo), estaremos acompanhando a nova temporada juntinho com o mangá físico. Olha só que beleza!

Infelizmente, não temos uma data fixa para o lançamento desta nova temporada, mas como eles já começaram a produção, é seguro dizer que veremos mais Satellizer e companhia ainda neste ano.


É, e enquanto não temos notícias sobre o próximo jogo da franquia (e talvez para apaziguar os fãs que odiaram os últimos jogos da franquia), a Square Enix estará lançando ainda neste ano uma versão remasterizada em HD de Final Fantasy X e Final Fantasy X-2 para PSVita e PS3, como você pode ver (ou já viu) no trailer acima.

O jogo foi originalmente lançado para PS2 em 2001 e teve uma boa recepção pelo público, por ser o primeiro jogo da série a entrar na sexta geração de consoles e ter um pouco de tudo que os fãs dos jogos anteriores gostavam, além de chamar bastante atenção de quem ainda não tinha ligado pra série. Os fãs mais ávidos podem discordar, mas de um jeito ou de outro, o anúncio de uma remasterização do jogo faz parte da estratégia da empresa japonesa até o anúncio do próximo jogo da série (que cruzemos os dedos que não decepcione tanto).

Podemos ver uma melhora significativa nos visuais do jogo, mas também não é nada que me faça comprar um Vita pra isso, ainda mais pelo fato que os ports para a versão do portátil da Sony sairá separadamente, enquanto o PS3 receberá ambos os jogos no mesmo Blu-Ray. Uma data específica para o jogo não foi definida, mas pelo menos teremos todo o conteúdo da versão internacional presente, o que é um alívio.


Isso é tudo por hoje. Até a próxima!
Out.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Shuffle - Confira a Tradução, AGORA!

Eu que o diga! xDD
É hora! É tempo!

Você provavelmente ouviu falar que nós estávamos trabalhando com Shuffle!, certo? Pois bem, muita gente
ficou esperançosa com a nossa tradução, o que me alegrou bastante. Só que eu não queria deixar vocês
esperando mais uns bons meses para o lançamento da tradução completa, então eu e o restante do grupo de
tradução demos duro e nos esforçamos bastante nas últimas semanas para lançar o patch parcial da
tradução para vocês aproveitarem!

Como eu já escrevi bastante no meu post original, veja a minha sensação de completar o patch e o local para download aqui:



Bom, eu espero que vocês tenham gostado da surpresa que preparamos para vocês, e enquanto a tradução completa não sai... vai logo baixar a tradução e instalá-la em seu computador, você terá o fim de semana inteiro para se divertir com o jogo xD

Até a próxima!
Out.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Daitoshokan no Hitsujikai virará anime... e... Hatsune Miku Online?


Se você curte Visual Novels, você deve, no mínimo, ter ouvido falar de uma empresa de jogos do gênero chamada August. Para esclarecer, ela foi a empresa da melhor visual novel de 2008, Fortune Arterial, e que a partir daí, os títulos delas bombaram muito mais que tudo que ela havia produzido antes, como foi o caso de Aiyoku no Eustia.

Daitoshokan no Hitsujikai é o jogo mais recente dela, muito bem aceito pelos fãs de visual novels em geral pelas personagens e sua interface de jogo diferenciada e suas belas animações entre CGs e uso de efeitos especiais que deram, além de uma história que prende a atenção facilmente. Ponha em cima disso um monte de marketing e o nome/personagens do jogo aparecer nas capas de muitas revistas mensais japonesas sobre eroges... e bem, não é tanta surpresa que um anime da série seria anunciada mais cedo ou mais tarde, assim como foram os casos de inúmeras visual novels.


Tá certo que o jogo completo em si foi lançado em Janeiro deste ano, o que pode vir a estranhar para muitas pessoas... mas é aí que eu recordo de Da Capo III que também foi lançado pouco antes do anime, e Robotics;Notes, onde antes mesmo do jogo sair já tinha anime confirmado... é, pelo jeito tão todo mundo apostando nos animes de seus jogos logo após o lançamento, o que é bom para aumentar as vendas nos primeiros meses, já que são os meses mais críticos de vendas de jogos eletrônicos.

Apesar disso tudo, não revelaram a data exata para a estréia do anime, mas que está confirmado, isso está! O jeito agora é cruzar os dedos para uma boa adaptação ^^

Mais um dia normal na internet japonesa...
E... você já imaginou jogar um MMORPG com a sua idol favorita? Bem, pode parecer algo bem inimaginável, mas com a nova atualização de Phantasy Star Online 2, você podera maquiar o seu personagem pra ficar igualzinho à ela! (só não faça nenhum terrorismo colocando as roupas dela num char homem, viu!)

A presença da idol virtual mais famosa da Terra não é muita surpresa, já que ela já fez aparições em trocentos eventos, tanto do mundo real quanto dos mais diversos jogos que você possa imaginar (RPGs in-browser que o diga!), mas como PSO é uma franquia tão grandiosa, sei lá, é algo bacana para ficar sabendo e fazer a Sony largar a mão de deixar as melhores coisas para os japoneses e lançar o jogo por aqui também (o que é algo que, segundo rumores, já está acontecendo, mas ainda num ritmo mais lento que o ideal).

Se você duvida do que eu disse que ela já deu as caras no jogo antes, é só ver o vídeo abaixo e dançar!



Eu me despeço por aqui. O próximo post terá uma surpresa e tanto para vocês!
Out.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Jogo de OreImo para PS3 chegando, e novas temporadas de Toaru Kagaku no Railgun e To-Love Ru Darkness!

"Ei, isso não estava nos meus planos!"
Fãs de OreImo já devem estar loucos com a segunda temporada da série que estreará daqui a duas semanas, mas se você é um daqueles fãs ávidos e hardcore, você tem mais motivos ainda para comemorar o seu vício pela série: a Banpresto e a Bandai Namco Games anunciaram um novo e exclusivo jogo da série para o PS3.

Tudo que se sabe é que o jogo será chamado OreImo Happy End, provavelmente expandindo ainda mais o universo da série baseando-se nas light novels originais e nos jogos anteriores feitos para PSP, mas demais detalhes como o gameplay (se será de uma visual novel clássica ou não), data de lançamento e demais bônus para as edições (super) limitadas ainda estão para ser esclarecidas

MAS, pelo lado bom, eles divulgaram um vídeo bem curto com quase nada de informação, como você pode ver abaixo.


Para compensar o anúncio vago, alguns animes que você deve curtir (e se não curte, deveria!) terão segunda temporada, e que diga-se de passagem estão deixando os fãs bem esperançosos. Toaru Kagaku no Railgun, da J.C. Staff, será um deles e você pode dar uma pescoçada no vídeo de anúncio abaixo:


A série agradou bastante, apesar de que os fãs mais hardcores não gostaram de algumas adaptações e cenas, mas ainda assim, o visual tá bem melhorado frente aos da primeira temporada, e hey, vai dizer que você não curte a Misaka? =3

O anime tem previsão de exibição no Japão em 12 de Abril deste ano.

Outra série que terá mais uma temporada é a série ecchi eterna de Hasemi Saki: To-Love Ru. Recapitulando, já tivemos To-Love Ru original, Motto To-Love Ru, To-Love Ru Darkness... poxa, 4 temporadas e o nosso Yuuki Rito não pega nenhuma das meninas e/ou alienígenas? Ou será que nessa temporada, tudo vai mudar (-not)? De um jeito ou de outro, teremos mais informações em Abril, mas duvido que ele estreie no mesmo mês.

Bom, mas de um jeito ou de outro, é o começo das séries ecchis (boas) para os animes deste ano. Ainda teremos Hentai Ouji to Warawanai Neko e Hyakka Ryouran para os fapeiros de plantão no mesmo mês de Abril... ah, agora só falta Highschool DxD, Sora no Otoshimono 3 e eu já estarei feliz o suficiente neste ano xD
Eu prevejo muita gente se matando após segunda temporada de Nyarko-san!
Bom, espero que tenham gostado do post. Até a próxima pessoal!
Out.

sábado, 16 de março de 2013

Análise [7] - Sakurasou no Pet na Kanojo - Visual Novel de Anime dá (e muito) Certo Assim!


O final de 2012 foi uma época mágica para muitos fãs de animes devido ao tanto de lançamento que tivemos, tanto novas temporadas de séries famosas (Bakuman, Jormungand, To-Love Ru e Hiiro no Kakera) quanto os animes novos que estrearam naquela época (Little Busters!, Chuunibyou, K, Magi, Tonari no Kaibutsu-kun, Btoom! e tantos outros que não assisti/não acompanhei). Um bem curioso foi Sakurasou no Pet na Kanojo, produzido pela J.C. Staff (mesma de Little Busters! e outros animes como Ano Natsu de Matteru, Toradora e Toaru Majutsu no Index) que tem um visual bem bonito, várias personagens e uma história que começa bem bobinha, você não bota fé que aquilo vai evoluir e que não se passa de um anime de comédia romântica harém... mas com o passar dos episódios, muita gente se arrependeu do que disse, provando que um anime engraçado no começo pode se tornar um anime ambicioso, com várias lições de moral no meio, e uma história de amor que vai se desdobrando aos poucos.

O jogo de Sakurasou no Pet na Kanojo, lançado há mais ou menos um mês para PSP e Vita, conseguiu trazer o melhor dos dois mundos: a bela arte feita pela J.C. Staff com o roteiro bem detalhado da light novel original, e ainda colocando uma história relativamente simples, mas o suficiente para prender a atenção do jogador, além de contar com algumas adições bem interessantes em relação às demais visual novels lançadas para portáteis.

Mas chega de papo. Vamos à análise!

História e Rotas
O jogo têm várias CGs e eventos para todos os personagens principais, e se você gosta da série, vai querer ver todos eles. (e mesmo se não gostar, vai acabar gostando xD)
A história do jogo se passa após o primeiro arco do anime, que é a parte onde Sorata e todo o pessoal de Sakurasou fazem o jogo de Nyaboron para o festival da escola, mas num rumo diferente. Kanda Sorata, o protagonista do jogo, ainda com o seu sonho de ser um designer de jogos, fica sabendo de um novo concurso de desenvolvimento de jogos através de uma kouhai de sua escola, e também personagem exclusiva no jogo, Nakano Otoha. Com isso, ele tenta reunir todos os talentos da turma de Sakurasou para fazerem um último jogo antes dos veteranos Mitaka Jin e Kamiigusa Misaki se formarem e seguirem seus rumos individuais para as faculdades que têm as especializações que eles procuram seguir carreira, além de ajudar no sonho da Aoyama Nanami em ser dubladora profissional, ajudar na carreira de Shiina Mashiro como mangaká e com um pouco de ajuda de Ryuunosuke Akasaka na programação do jogo.

Até aí, nada de mais, é simplesmente o pessoal de Sakurasou fazendo mais um jogo... certo? ERRADO!

Curiosamente, Otoha acaba por entrar no grupo de Sakurasou para ajudá-los, mas uma rivalidade imensa entre este grupo e um grupo de programadores da mesma escola que Sorata e Nanami vai fazer com que nenhum dos lados queiram perder um para o outro e ver qual sonho será realizado e qual será destruído. Parece até que, ao jogar, você sente na pele tal rivalidade e se esforça ao máximo para conseguir o primeiro lugar, além de poder presenciar os vários momentos engraçados entre o protagonista e cada residente de Sakurasou.

Sobre as rotas, o jogo segue um padrão bem linear, sub-dividida em 4 períodos (planejamento, etapa alfa, etapa beta e o chamado Master Up), mas você basicamente tem três finais possíveis: Shiina Mashiro, Aoyama Nanami e Nakano Otoha, além de alguns bad ends no meio caso você não cumpra as metas estabelecidas em cada período e se você não ficar em primeiro lugar no concurso.

Traços, Trilha Sonora e Animação
Momentos engraçados não são poucos... e acredite, Sorata é um dos melhores protagonistas nesse quesito.
Os traços do jogo são um xerox dos gráficos do anime, o que eu achei bem bacana (não é por nada não, mas eu gostei dos gráficos da JC Staff para este anime). As personagens são bem desenhadas, tem quase que a mesma quantidade de detalhes de um episódio comum do anime, tem muitas CGs (muitas mesmo!), e apesar do lip-sync ser ridículo, não é algo que faça os demais aspectos do jogo deixarem de brilhar.

Quanto a animação, depende muito do que for considerar. Para os eventos normais do jogo, a animação é praticamente nula, apenas mostrando e ocultando diferentes personagens ou fazendo-as mudarem de expressão, além do lip-sync que falei anteriormente. Em alguns casos, quando um personagem enfrenta algum problema ou dilema na produção do jogo, os personagens mudam para um modelo em 3D, onde o comercial do jogo diz que é um 3D vívido e fluente. Eu esperava algo do mesmo nível de qualidade dos jogos de OreImo ou Haganai, mas infelizmente, o efeito 3D desses personagens é algo mal-feito e muito robótico. O lip-sync fica ainda pior, há bastante desproporção nas bocas e movimentos dos olhos das personagens e as animações dos personagens não são muito "realistas" por assim dizer. Isso me decepcionou e muito, mas por sorte, esses eventos são poucos e mal influenciam no rumo do jogo (só influencia no aumento de nível de intimidade com um dado personagem, para assim liberar mais CGs específicas).

A música é algo simples, não sendo horrível, mas também não sendo nada muito marcante. Algumas músicas em especial, como algumas que a Himemiya mostra ao Sorata para colocar no jogo, são bem melhores que a maioria, mas ainda assim, as músicas deixam o jogo no ritmo ideal, seja para os momentos engraçados, seja para os momentos de raiva, seja para os momentos de pressa, e seja para os momentos de tristeza,

Opinião
As personagens secundárias fazem várias aparições no jogo também, muitas delas notadamente engraçadas
O jogo seria tratado como a sua visual novel de qualidade abaixo da média se a análise terminasse aqui, certo? Pois é, só que temos outros fatores do jogo para cobrir antes de dar o veredito, e acredite, tudo faz o jogo ser melhor que você imagina. Primeiro vem o esquema de diretor do grupo, onde você deve planejar o que cada membro fará nos dias seguintes, até o prazo final, onde se deve ter todos os aspectos-chaves para passar. É algo incrivelmente bacana, pois são uma infinidade de opções para escolher até o dia de entrega do jogo final, lembrando bastante o que acontece num grupo amador de verdade: cada um faz a sua função, tem suas dúvidas que precisam ser esclarecidas antes de dar continuidade no seu trabalho, eles podem ficar doentes e não poderem trabalhar, e claro, temos os momentos em que eles se divertem juntos ou quando simplesmente uma conversa vai para um lugar totalmente diferente e imprevisível.

Se você não tiver uma boa base de japonês para saber o que cada um está fazendo ou falando, você pode sofrer bastante dos bad ends (que apesar de alguns serem engraçados, gera uma raiva de ter passado todo aquele tempo para não passar de uma certa etapa) e da linearidade do jogo, mas se você conseguir passar disso, você verá que o jogo se desenrola de uma maneira bem curiosa e imprevisível, tendo inclusive uns momentos bem tensos, como por exemplo, em um evento da Nanami onde ela não consegue passar em um teste para ser dubladora ou quando a Otoha é dada como traidora do grupo por vazar informações exclusivas do projeto de Sakurasou, mas no final, tudo acaba inesperadamente bem e ajuda você na hora de tomar diversas decisões no planejamento e nas raras escolhas que tem no jogo.

Ainda na mecânica de diretor, cada personagem tem dois parâmetros que refletem no progresso de seus trabalhos: uma barra indicando se o personagem está bem ou mal de saúde, sendo mais ou menos propício a ficar doente e incapaz de trabalhar, e uma barra de motivação, que quando maximizada, faz o personagem dobrar a sua eficiência e terminar a sua parte mais rápido (parece até vida real!). Apesar desses dois parâmetros poderem ser influenciados indiretamente ao descansar com eles ou ajudar nos afazeres de Sakurasou, os eventos que os personagens ficam confusos são totalmente imprevisíveis, o que pode causar algum incômodo quando, por exemplo, deve-se completar uma determinada tarefa, mas ter que parar para resolver os problemas desses personagens, já que eles não trabalham enquanto estão confusos.

O jogo é consideravelmente longo, durando fácil entre 15 e 20 horas, ou até mais caso tenha que voltar algum save ou caso queira liberar todos os eventos de todos os personagens... mas você acha que compensa liberar tudo? Se você achava que não, agora as coisas vão mudar, porque um dos pontos fortes do jogo são os seus extras, além de ter MUITOS eventos engraçados.

Só que não é simplesmente engraçado, é inesperadamente engraçado. São eventos que você não prevê, como quando a Mashiro esquenta sua calcinha no micro-ondas no inverno, ou quando a Misaki dá uma de jogar numa ilha deserta à lá Lost, ou quando a Nanami solta as suas frases de dialeto Kansai quando fica nervosa ou na dublagem de um tigre de pelúcia, ou quando Sorata ensina a Otoha a mexer no computador melhor e passa a Sengoku alertando para o Sorata não mostrar seus pornôs para ela, ou até mesmo num evento onde Sorata acorda e se depara com um tigre de verdade no seu quarto... é MUITO evento engraçado, fora umas piadas muito bem boladas envolvendo kanjis e pronúncias (como chamar o Akasaka de "Otoko no Ko", mas este "ko" como kanji de menina e fazendo ele vestir roupas de menina, ou de "Kurisumasu", de natal, com o "Kuri" como noz e a Misaki trazer um monte delas para comemorar) que, mesmo na hipótese de você não entender imediatamente a piada, você ri só pelas reações (super) exageradas do Sorata e nas personalidades típicas de cada personagem, como o jeito de falar da Misaki e as brigas entre a Shiina e a irmã mais nova de Sorata.

... e o que seriam esses eventos secretos? Ainda mais cenas inesperadas que aparecem nos momentos mais inoportunos (como quando você vai fazer as tarefas de Sakurasou, onde de vez em nunca ativa um evento secreto dependendo da motivação dos personagens), além de também liberarem CGs dos mais diversos tipos e até mesmo free-talks, que são comentários das próprias dubladoras originais do anime, parabenizando-o por completar o jogo e falando o que ela achou de participar do anime e suas primeiras impressões nas personagens, que também rolam uns comentários bem engraçados e inesperados. Pode não parecer muita coisa, mas o jogo se torna tão viciante com isso que dá gosto de liberar tudo que o jogo tem a oferecer.

Veredito Final
Nem o Akasaka se livra das peripécias.
 Pontos Fortes 
      *Grande número de CGs
      *Praticamente o jogo inteiro é dublado
      *As personagens e o protagonista são cativantes
      *A mecânica de trabalho como diretor do grupo
      *História consegue ficar viciante muito rápido
      *Muitas cenas engraçadas fazem você se amarrar no jogo
      *Vários eventos secretos e extras para liberar
      *Desfecho e finais não desapontam

 - Pontos Fracos
      *Péssima animação em 3D, animação em 2D poderia ser melhor
      *Muito linear, apenas influenciando o final na última escolha
      *Pode ser difícil entender as piadas sem um bom conhecimento do japonês e da cultura nipônica
      *Frustrante nas primeiras tentativas, quando não se cumpre metas ou não se sabe o que fazer
      *Eventos randômicos como membros doentes e confusos podem ser frustrantes caso queira liberar mais eventos de uma certa heroína em específico ou para desbloquear todos os extras

Nota: 8,0/10

Opinião final: Esse jogo é um achado, praticamente. Apesar dos seus defeitos, ele pega os melhores elementos do anime e da light novel, misturam num roteiro canônico e fazem o jogador se viciar nele quase que com perfeição. Não digo que é um daqueles jogos que você terá o prazer que jogar várias vezes porque a grande maioria dos eventos se repetem, mas para os eventos que você ainda não viu e os secretos, vale muito a pena correr atrás deles.

E olha, faz tempo que não joguei uma visual novel assim, que me prendeu tanto no jogo ao ponto de sentir na pele tudo o que os membros do grupo passavam, rir nas diversas cenas e interações deles, me preocupar com a colocação do jogo à cada semana e planejando como prosseguir para tentar ganhar o concurso, e claro, vibrar quando o jogo acaba sendo o vencedor e presenciar o grande e engraçado momento de premiação de Sakurasou, além de um discurso muito imprevisível de Sorata no final e, mesmo após rolar os créditos, o grande final da personagem que você escolheu, com aquele final romântico que você torce tanto para acontecer e explode de alegria ao ver que o casal termina feliz para sempre, com ainda mais planos e planos mais ambiciosos para o futuro.

Se você gosta da série, é um must-play, mas se você não gosta ou não tem tanto conhecimento de japonês, pode ser que você ache o jogo estranho, mas ainda assim, se puder dar uma jogada de leve, é um jogo que vale a pena o tempo gasto... e se você dropou o anime, seja lá por qual motivo, uma chance para você aproveitar do melhor de Sakurasou e companhia!

Vale a pena comprar esse jogo?
Eu... recomendaria até, se você gosta da franquia e do universo de Sakurasou... uma pena que jogos orientais sejam tão caros de importar (fora que o preço de catálogo deles já são mais caros de qualquer jeito). Claro, partindo do princípio que você gosta de visual novels e está disposto a abrir o seu dicionário de japonês para os diálogos mais complexos (especialmente dos Akasaka e da Maid-chan), pois caso você ainda esteja começando a descobrir o maravilhoso universo de visual novels, tenho outros jogos para recomendar aos iniciantes antes disso (y).

O final vai fazer você roer suas unhas, mas não vai te decepcionar em nenhum aspecto... à menos que você espere "aquilo" de um VN all-ages, né...
E com isso terminamos mais uma análise de visual novel. Espero que tenham gostado, e tenham uma boa semana!
Out.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Primeiras Impressões - Another (mangá)

Você pagaria R$13,90 pela sua Misaki Mei?
Eu já vou começar a análise dizendo: eu gosto sim de séries de mistério e suspense. Eu sou um daqueles caras que gosta de formular teorias do que está acontecendo, sobre o que o personagem principal poderia fazer para melhorar uma dada situação, ou me impressionar quando a série toma um rumo surpreendente e a atitude do personagem principal muda radicalmente. Infelizmente, o anime de Another não me agradou. Eu assisti todos os episódios da série, entendi porque cada fato aconteceu, mas ainda deixou um certo vazio em mim de certa forma, como se o anime acabasse de um jeito que não me agradou, mas também não foi tão ruim assim... entretanto, por não ter um desfecho marcante, acabei tendo um certo desgosto pela série.

"Poxa, por que você está fazendo essa análise então, sendo que você disse que não gosta da série?"
Dois motivos. O primeiro é que muitos dizem que o mangá é melhor que o anime, logo, como saiu aqui no Brasil, despertou um certo interesse. Segundo, tenho muitas séries que eu adorei certas adaptações, mas odiei outras. O exemplo perfeito é Fate/Stay Night. Eu simplesmente odiei o anime a ponto de largá-lo no quarto episódio, mas a sua prequel, Fate/Zero, é incrivelmente boa e se tornou uma das minhas referências para avaliar qualidade de animação de animes e roteiro. Não sou igual esses caras que só assiste 5 minutos de um episódio da série e quer falar como que tivesse visto tudo de todas as versões. Portanto, estou postando minhas sinceras opiniões sobre o que achei neste post.

A qualidade tá muito igual Mirai Nikki... mesma capa laminada, mesmas páginas coloridas no começo, mesmo papel jornal dos infernos no miolo... e mesmo preço doentil de R$13,90, que eu ainda acho caro, exceto se fosse papel offset, porque daí seria muito bem pago (tem uma folha de Another em offset no mangá... é muita diferença)
Algumas informações sobre a série antes da análise: Another é uma série de Yukito Ayatsuji que começou em 2009 com uma light novel (tipo um livro mesmo, linhas de texto sobre linhas de texto) de dois volumes, contando com uma adaptação para mangá no ano seguinte, rendendo 4 volumes, e que no final de 2011 ganhou um anime feito pela P.A. Works (Tari Tari, Angel Beats!), com 12 episódios. A série parte do princípio que a terceira classe do terceiro ano da escola Yomikita tinha um aluno chamado Misaki, que morreu após sofrer um acidente. Seus colegas tiveram compaixão com o acontecimento e decidiram considerar ele vivo ainda, "conversando" com ele e deixando a sua carteira na sala. Ao tirarem uma foto para a formatura, eles viram que Misaki estava presente entre os alunos.

Muitos anos se passam e o foco passa para Sakakibara Koichi (ou Kouichi... sabe Deus como eles traduzem esses nomes, viu...), um estudante transferido para o terceiro ano da mesma escola e que tem alguns problemas no pulmão e por isso teve que ser internado até algum tempo depois das aulas começarem. Após sentir uma sensação estranha das ações e comportamento de seus colegas de classe, Koichi se encontra com Misaki Mei, uma aluna que, à primeira vista, não existe para os demais colegas. Ao se relacionar com ela e ao passar dos dias estudando em sua nova escola, Koichi acaba por descobrir várias coisas sobre a sala que estudava, que era uma sala amaldiçoada e que muita gente pode morrer caso não seja obedecida algumas regras (que à princípio são mostradas como superstições).

A partir daí, se eu revelar muita coisa, vai ser spoilers (como, por exemplo, o fato da Misaki não ser "morta" ou um "fantasma", mas sim ser vista como um pelos colegas para que a maldição não se espalhasse), mas digamos que, no final das contas, Sakakibara e Misaki deve encontrar quem é o "extra" da sala deles e matá-lo (ou matá-la) antes que a maldição da sala "3-3" mate todos os alunos e professores.

Os traços do mangá são bem diferentes do que o normal. Se você gostar de traços assim, beleza, mas se não...
Sobre a qualidade do mangá em si, é igual a qualidade de Mirai Nikki - O Diário do Futuro. A capa é em papel cartão laminado (só que dessa vez não tem perigo de manchar tanto, por usar cores escuras), tem páginas coloridas no começo em papel offset, o seu miolo tem papel jornal (tipo brite 60G se não me falha a memória), verso da capa colorida, e o preço é R$13,90. Concordo que o preço do mangá deve refletir a qualidade... mas, quer saber de uma coisa? Eu ODIEI a qualidade do papel desse miolo e não é de hoje (pena que a última parte da super análise de mangás não está pronta, senão vocês iriam saber por que). Freezing também tem papel jornal e páginas coloridas e verso colorido e custa 1 real a menos. Tão me dizendo que só a laminação da capa custa 1 real? Ainda que eu ache que essa tabulação de preços da JBC seja extremamente bizarra, por outro lado concordo que R$11,90 é um preço justo para um mangá, contanto que haja qualidade na tradução e que utilize-se um bom papel no miolo. Páginas coloridas e papel offset são coisinhas de luxo sim, e portanto os mangás que têm isso merecem o custo extra (tipo o reboot de Sakura Card Captor e Mashima-En/Burn-Up Excess, não me arrependo de nem um centavo gasto nessas séries). Agora, colocar papel ruim (a qualidade de Level E tá melhor até, acredite se quiser) e manter aquela tradução inconstante e sem glossários e ter a coragem de cobrar quase 14 dilmas no mangá que você lê em meia hora, pra mim é um absurdo!

Indo para o mangá em si, a tradução está decente. Não digo que seja algo que me surpreendeu como algumas cenas em Soul Eater que adaptaram umas piadas muito bem, mas também não foi decepcionante. Como sempre, sumiram-se com os honoríficos  nos diálogos... MENOS EM UMA ÚNICA CENA que o pássaro da tia do Koichi grita "Rei-chan".
...
...
...

PUTA QUE O PARIU, JBC!

Então o que eu disse antes era mentira? Vocês não têm nenhuma política de adaptar todos os honoríficos, então? Se é assim, por que vocês adaptam os malditos honoríficos!!?? Custa alguma coisa? Os tradutores vão ganhar menos se manterem os honoríficos, é isso? Botar glossário no final do mangá é marca registrada da Panini e vocês não podem fazer o mesmo e tem que apelar para colocar asteriscos e notas no rodapé nos quadrinhos ou nas páginas naquela fonte semi-ilegível que eu praticamente preciso de lupa para lê-los??

*hah...hah...hah...*
Calma, Out... respira fundo... *inspira*....*expira*.... pronto, vamos voltar à análise.

A Misaki parece homem na grande maioria das cenas do volume 1... e a Izumi  ficou bem mais bonita no anime.
Tirando esse detalhe das traduções e alguns raros erros de tradução e vazamento da tradução (mais precisamente, na página 20, no quadrinho do canto superior direito da página), é uma tradução suportável. O engraçado é que, em vários momentos, eles decidiram manter os nomes originais em kanjis japoneses nos quadrinhos (como o nome do hospital, da escola e algumas placas em cima das salas). Até aí, perfeito, tem nota de rodapé traduzindo aquilo tudo... mas depois que Koichi encontra a loja de antiguidades que a Misaki mora, parece que o editor de imagens da editora entrou em ação e traduziu um monte de nomes e placas que, sinceramente, poderiam ter sido deixadas de lado, com o mesmo esquema de notas no rodapé. Eles até tiveram a bila de traduzir o nome da loja por um nome super sem sentido (eu jamais abriria uma loja chamada "Da noite, do crepúsculo, do olho azul vazio"... não que o nome original seja tão bonito, mas...). Pode ser implicância minha, mas eu penso que é melhor ter homogeneidade na tradução do que não. Ou traduz-se todas as placas que vir, ou deixa com notas no rodapé. É simples assim. Se misturar, daí é o leitor que fica confuso, e creio que deixar o leitor confuso não é a melhor maneira de fazer uma série vender mais.

Na história em si... olha, é tenso, pois por incrível que pareça, eu até achei o anime melhor que o mangá (!). O anime eu não gostei por ser enrolado, muito parado e demorando pra acontecer coisas emocionantes na série (e mesmo quando acontece, a série vira um "Premonição" japonês), mas a animação e a música se encaixavam bem no enredo, tinha dublagem, e o design das personagens eram bem melhores que o mangá (porra, eu achava a Sakuragi muito bonita no anime, mas no mangá eu só percebi que ela existia nas últimas páginas... quando ela morre... ó só que legal). O mangaká decidiu não deixar as personagens tão sexy quanto outros mangakás deixam, parecendo até que elas são homens ou uma imagem bem estereotipada de mulher japonesa, enquanto os amigos do Koichi são tão "sem sal" quanto muitos amigos de protagonistas de outras séries, que servem só para enfeitar ao invés de participarem em um papel importante para a história... e como não há música ou dublagem, a única coisa que poderia atrair você a ler o mangá seria os traços... SÓ QUE NÃO DÁ PARA CONFERIR OS TRAÇOS SEM ANTES COMPRAR O MALDITO MANGÁ, JÁ QUE ELE É ENVOLTO POR UM PLÁSTICO!

PUTA QUE O PARIU, JBC!

Só porque eu não ligo tanto para uso de plásticos envolvendo o volume (apesar de preferir que tenha), vocês fazem isso justo para Another (e Mirai Nikki), que seria essencial! Por exemplo, se eu soubesse que os traços do mangaká eram tão exagerados e apelativos para o uso de sombreamento, em algumas partes sendo até inconstantes, seguindo uma linha do tempo diferente do anime, eu não compraria o maldito mangá! Agora, vocês que nunca colocaram o maldito plástico nos mangás (de novo, Level E não tem) colocam só nos mangás mais caros? ESSES FORAM MEUS 13 DILMAS E 90 TEMERS MAIS MAL-GASTOS DA MINHA VIDA!

Argh, foda-se o resto da análise e chega de ficar calminho. Eu já achava o anime de Another ruim, mas o mangá consegue ser pior! Se você for fã de Another, provavelmente já assinou o mangá e provavelmente está gostando só para ter sua querida Misaki na estande de seu quarto, mas se você não for fã e só leu até aqui por mera curiosidade, eu te imploro, NÃO COMPRE O MANGÁ DE ANOTHER! Eu te garanto que tem séries bem melhores para você ler, algumas inclusive que já lançaram e que vão lançar aqui no Brasil. Eu tô pouco me ligando pro hate que vou receber nos comentários dos fãs, já que é uma série que tem um número razoável de fãs até aqui no Brasil (por causa de alguns memes também), mas por mais que sejam só quatro volumes, não vale o investimento. Pode até ser que você goste do estilo do mangá, mas eu não recomendo. Na dúvida, pega emprestado do seu amigo, porque pelo menos você não estará gastando dinheiro e pode chegar em suas próprias conclusões, mas é desanimador ver um mangá desses custando esse preço e a sua história não valer o preço cobrado... NEM DEPOIS QUE AIR GEAR AUMENTOU DE PREÇO PARA 12 E 90, NÃO DEIXARAM DE MANTER A ALTA QUALIDADE DO MANGÁ E DE SUA TRADUÇÃO! ESSE MANGÁ NÃO MERECE O SEU DINHEIRO!

VOCÊ FOI AVISADO!

E é isso aí. Amanhã a gente volta...
Out.

P.S: O mangá tem pontos positivos sim, como algumas curiosidades culturais e artísticas... mas sério, isso por si só não interfere no meu veredito... que droga de mangá... vou jogar Corpse Party que eu ganho mais...)