Você pagaria R$13,90 pela sua Misaki Mei? |
Eu já vou começar a análise dizendo: eu gosto sim de séries de mistério e suspense. Eu sou um daqueles caras que gosta de formular teorias do que está acontecendo, sobre o que o personagem principal poderia fazer para melhorar uma dada situação, ou me impressionar quando a série toma um rumo surpreendente e a atitude do personagem principal muda radicalmente. Infelizmente, o anime de Another não me agradou. Eu assisti todos os episódios da série, entendi porque cada fato aconteceu, mas ainda deixou um certo vazio em mim de certa forma, como se o anime acabasse de um jeito que não me agradou, mas também não foi tão ruim assim... entretanto, por não ter um desfecho marcante, acabei tendo um certo desgosto pela série.
"Poxa, por que você está fazendo essa análise então, sendo que você disse que não gosta da série?"
Dois motivos. O primeiro é que muitos dizem que o mangá é melhor que o anime, logo, como saiu aqui no Brasil, despertou um certo interesse. Segundo, tenho muitas séries que eu adorei certas adaptações, mas odiei outras. O exemplo perfeito é Fate/Stay Night. Eu simplesmente odiei o anime a ponto de largá-lo no quarto episódio, mas a sua prequel, Fate/Zero, é incrivelmente boa e se tornou uma das minhas referências para avaliar qualidade de animação de animes e roteiro. Não sou igual esses caras que só assiste 5 minutos de um episódio da série e quer falar como que tivesse visto tudo de todas as versões. Portanto, estou postando minhas sinceras opiniões sobre o que achei neste post.
Algumas informações sobre a série antes da análise: Another é uma série de Yukito Ayatsuji que começou em 2009 com uma light novel (tipo um livro mesmo, linhas de texto sobre linhas de texto) de dois volumes, contando com uma adaptação para mangá no ano seguinte, rendendo 4 volumes, e que no final de 2011 ganhou um anime feito pela P.A. Works (Tari Tari, Angel Beats!), com 12 episódios. A série parte do princípio que a terceira classe do terceiro ano da escola Yomikita tinha um aluno chamado Misaki, que morreu após sofrer um acidente. Seus colegas tiveram compaixão com o acontecimento e decidiram considerar ele vivo ainda, "conversando" com ele e deixando a sua carteira na sala. Ao tirarem uma foto para a formatura, eles viram que Misaki estava presente entre os alunos.
Muitos anos se passam e o foco passa para Sakakibara Koichi (ou Kouichi... sabe Deus como eles traduzem esses nomes, viu...), um estudante transferido para o terceiro ano da mesma escola e que tem alguns problemas no pulmão e por isso teve que ser internado até algum tempo depois das aulas começarem. Após sentir uma sensação estranha das ações e comportamento de seus colegas de classe, Koichi se encontra com Misaki Mei, uma aluna que, à primeira vista, não existe para os demais colegas. Ao se relacionar com ela e ao passar dos dias estudando em sua nova escola, Koichi acaba por descobrir várias coisas sobre a sala que estudava, que era uma sala amaldiçoada e que muita gente pode morrer caso não seja obedecida algumas regras (que à princípio são mostradas como superstições).
A partir daí, se eu revelar muita coisa, vai ser spoilers (como, por exemplo, o fato da Misaki não ser "morta" ou um "fantasma", mas sim ser vista como um pelos colegas para que a maldição não se espalhasse), mas digamos que, no final das contas, Sakakibara e Misaki deve encontrar quem é o "extra" da sala deles e matá-lo (ou matá-la) antes que a maldição da sala "3-3" mate todos os alunos e professores.
Os traços do mangá são bem diferentes do que o normal. Se você gostar de traços assim, beleza, mas se não... |
Sobre a qualidade do mangá em si, é igual a qualidade de Mirai Nikki - O Diário do Futuro. A capa é em papel cartão laminado (só que dessa vez não tem perigo de manchar tanto, por usar cores escuras), tem páginas coloridas no começo em papel offset, o seu miolo tem papel jornal (tipo brite 60G se não me falha a memória), verso da capa colorida, e o preço é R$13,90. Concordo que o preço do mangá deve refletir a qualidade... mas, quer saber de uma coisa? Eu ODIEI a qualidade do papel desse miolo e não é de hoje (pena que a última parte da super análise de mangás não está pronta, senão vocês iriam saber por que). Freezing também tem papel jornal e páginas coloridas e verso colorido e custa 1 real a menos. Tão me dizendo que só a laminação da capa custa 1 real? Ainda que eu ache que essa tabulação de preços da JBC seja extremamente bizarra, por outro lado concordo que R$11,90 é um preço justo para um mangá, contanto que haja qualidade na tradução e que utilize-se um bom papel no miolo. Páginas coloridas e papel offset são coisinhas de luxo sim, e portanto os mangás que têm isso merecem o custo extra (tipo o reboot de Sakura Card Captor e Mashima-En/Burn-Up Excess, não me arrependo de nem um centavo gasto nessas séries). Agora, colocar papel ruim (a qualidade de Level E tá melhor até, acredite se quiser) e manter aquela tradução inconstante e sem glossários e ter a coragem de cobrar quase 14 dilmas no mangá que você lê em meia hora, pra mim é um absurdo!
Indo para o mangá em si, a tradução está decente. Não digo que seja algo que me surpreendeu como algumas cenas em Soul Eater que adaptaram umas piadas muito bem, mas também não foi decepcionante. Como sempre, sumiram-se com os honoríficos nos diálogos... MENOS EM UMA ÚNICA CENA que o pássaro da tia do Koichi grita "Rei-chan".
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PUTA QUE O PARIU, JBC!
Então o que eu disse antes era mentira? Vocês não têm nenhuma política de adaptar todos os honoríficos, então? Se é assim, por que vocês adaptam os malditos honoríficos!!?? Custa alguma coisa? Os tradutores vão ganhar menos se manterem os honoríficos, é isso? Botar glossário no final do mangá é marca registrada da Panini e vocês não podem fazer o mesmo e tem que apelar para colocar asteriscos e notas no rodapé nos quadrinhos ou nas páginas naquela fonte semi-ilegível que eu praticamente preciso de lupa para lê-los??
*hah...hah...hah...*
Calma, Out... respira fundo... *inspira*....*expira*.... pronto, vamos voltar à análise.
Calma, Out... respira fundo... *inspira*....*expira*.... pronto, vamos voltar à análise.
A Misaki parece homem na grande maioria das cenas do volume 1... e a Izumi ficou bem mais bonita no anime. |
Tirando esse detalhe das traduções e alguns raros erros de tradução e vazamento da tradução (mais precisamente, na página 20, no quadrinho do canto superior direito da página), é uma tradução suportável. O engraçado é que, em vários momentos, eles decidiram manter os nomes originais em kanjis japoneses nos quadrinhos (como o nome do hospital, da escola e algumas placas em cima das salas). Até aí, perfeito, tem nota de rodapé traduzindo aquilo tudo... mas depois que Koichi encontra a loja de antiguidades que a Misaki mora, parece que o editor de imagens da editora entrou em ação e traduziu um monte de nomes e placas que, sinceramente, poderiam ter sido deixadas de lado, com o mesmo esquema de notas no rodapé. Eles até tiveram a bila de traduzir o nome da loja por um nome super sem sentido (eu jamais abriria uma loja chamada "Da noite, do crepúsculo, do olho azul vazio"... não que o nome original seja tão bonito, mas...). Pode ser implicância minha, mas eu penso que é melhor ter homogeneidade na tradução do que não. Ou traduz-se todas as placas que vir, ou deixa com notas no rodapé. É simples assim. Se misturar, daí é o leitor que fica confuso, e creio que deixar o leitor confuso não é a melhor maneira de fazer uma série vender mais.
Na história em si... olha, é tenso, pois por incrível que pareça, eu até achei o anime melhor que o mangá (!). O anime eu não gostei por ser enrolado, muito parado e demorando pra acontecer coisas emocionantes na série (e mesmo quando acontece, a série vira um "Premonição" japonês), mas a animação e a música se encaixavam bem no enredo, tinha dublagem, e o design das personagens eram bem melhores que o mangá (porra, eu achava a Sakuragi muito bonita no anime, mas no mangá eu só percebi que ela existia nas últimas páginas... quando ela morre... ó só que legal). O mangaká decidiu não deixar as personagens tão sexy quanto outros mangakás deixam, parecendo até que elas são homens ou uma imagem bem estereotipada de mulher japonesa, enquanto os amigos do Koichi são tão "sem sal" quanto muitos amigos de protagonistas de outras séries, que servem só para enfeitar ao invés de participarem em um papel importante para a história... e como não há música ou dublagem, a única coisa que poderia atrair você a ler o mangá seria os traços... SÓ QUE NÃO DÁ PARA CONFERIR OS TRAÇOS SEM ANTES COMPRAR O MALDITO MANGÁ, JÁ QUE ELE É ENVOLTO POR UM PLÁSTICO!
PUTA QUE O PARIU, JBC!
Só porque eu não ligo tanto para uso de plásticos envolvendo o volume (apesar de preferir que tenha), vocês fazem isso justo para Another (e Mirai Nikki), que seria essencial! Por exemplo, se eu soubesse que os traços do mangaká eram tão exagerados e apelativos para o uso de sombreamento, em algumas partes sendo até inconstantes, seguindo uma linha do tempo diferente do anime, eu não compraria o maldito mangá! Agora, vocês que nunca colocaram o maldito plástico nos mangás (de novo, Level E não tem) colocam só nos mangás mais caros? ESSES FORAM MEUS 13 DILMAS E 90 TEMERS MAIS MAL-GASTOS DA MINHA VIDA!
Argh, foda-se o resto da análise e chega de ficar calminho. Eu já achava o anime de Another ruim, mas o mangá consegue ser pior! Se você for fã de Another, provavelmente já assinou o mangá e provavelmente está gostando só para ter sua querida Misaki na estande de seu quarto, mas se você não for fã e só leu até aqui por mera curiosidade, eu te imploro, NÃO COMPRE O MANGÁ DE ANOTHER! Eu te garanto que tem séries bem melhores para você ler, algumas inclusive que já lançaram e que vão lançar aqui no Brasil. Eu tô pouco me ligando pro hate que vou receber nos comentários dos fãs, já que é uma série que tem um número razoável de fãs até aqui no Brasil (por causa de alguns memes também), mas por mais que sejam só quatro volumes, não vale o investimento. Pode até ser que você goste do estilo do mangá, mas eu não recomendo. Na dúvida, pega emprestado do seu amigo, porque pelo menos você não estará gastando dinheiro e pode chegar em suas próprias conclusões, mas é desanimador ver um mangá desses custando esse preço e a sua história não valer o preço cobrado... NEM DEPOIS QUE AIR GEAR AUMENTOU DE PREÇO PARA 12 E 90, NÃO DEIXARAM DE MANTER A ALTA QUALIDADE DO MANGÁ E DE SUA TRADUÇÃO! ESSE MANGÁ NÃO MERECE O SEU DINHEIRO!
VOCÊ FOI AVISADO!
E é isso aí. Amanhã a gente volta...
Out.
P.S: O mangá tem pontos positivos sim, como algumas curiosidades culturais e artísticas... mas sério, isso por si só não interfere no meu veredito... que droga de mangá... vou jogar Corpse Party que eu ganho mais...)
Out.
P.S: O mangá tem pontos positivos sim, como algumas curiosidades culturais e artísticas... mas sério, isso por si só não interfere no meu veredito... que droga de mangá... vou jogar Corpse Party que eu ganho mais...)
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