sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Análise de filme [2] - Fate/ Stay Night: Unlimited Blade Works

Finalmente deixei a preguiça de lado e resolvi ver o filme/compilação da série tão amada pela internet: Fate/Stay Night. No caso, o filme, Unlimited Blade Works, é uma espécie de resumo da série, e como não gostei muito da série original, irei analisar o filminho.

Fate/Stay Night é a célebre visual novel de Kinoko Nasu e Takashi Takeuchi, inicialmente membros principais de um grupo doujin (e agora comercial) Type-Moon, aquela mesma empresa que fez tantas visual novel e light novels fodas como Tsukihime, Kara no Kyoukai, e mais recentemente, Mahoutsukai no Yoru. Fate/Stay é talvez a série mais conhecida da empresa, que rendeu um extenso mangá (que terminará no 20º volume), animes, continuações, spin-offs, drama CDs, figures, figmas, antologias e praticamente tudo o que você possa imaginar para suprir a demanda de sua extensa fan-base. Sobre o anime, ele foi animado pela Studio Deen (Samurai X, 07-Ghost, Seitokai no Ichizon), bem como o filme em que farei a análise.

Bem, vamos começar!
História
<--- música para ouvir enquanto lê a análise ^^

Fate/Stay Night conta a história de Emiya Shirou, "filho" de Emiya Kiritsugu, que possue algumas habilidades sobrenaturais chamadas de Circuitos Mágicos. Vivendo junto com Sakura e a professora Fujimura, ele tem uma vida escolar praticamente normal, mesmo com os seus poderes mágicos. Entretanto, ele acaba se esbarrando no cenário da Guerra do Santo Graal, onde os chamados Mestres, que formaram contratos com seus respectivos Servos, devem derrotar uns aos outros para obter o Santo Graal, objeto místico que pode realizar qualquer desejo que o Mestre e o Servo queiram. Com uma boa dose de sorte inesperada, Shirou consegue invocar um dos servos para si mesmo, a Saber, o Servo mais poderoso dentre as demais classes de Servos, além de se aliar com Tohsaka Rin (eu gosto de falar Tousaka, como é dito em Fate/Extra, mas enfim...) e seu Servo, Archer, como uma espécie de aliança para derrotar os demais oponentes.

À partir daí, a história se resume à guerra em si, mostrando as táticas usadas para derrotar os demais servos, as eletrizantes batalhas entre servos e mestres, e o real passado dos personagens principais, bem como o nome verdadeiro de seus servos, com muita ação e enredo até a sua intensa conclusão.

Eu assisti apenas alguns episódios do anime original, mas foi o suficiente para descobrir que as cenas retratadas no filme são diferentes das mostradas na animação original, bem como na sequência mostrada no jogo. Apesar do "geralzão" ser praticamente o mesmo (por exemplo, a sequência das batalhas entre servos e a formação das diversas alianças entre servos e mestres), muito detalhe foi deixado de lado, desde os mais frívolos como o porquê do Shirou se recuperar tão rápido das batalhas e dos nomes verdadeiros de alguns Servos, como outros mais relevantes, como a morte (duas vezes?) do Kotomine Kirei, o passado da Rin, e o que aconteceu com o Santo Graal no final da guerra.

A história em si é muito boa e não muda basicamente nada em relação ao anime. É cheia de reviravoltas e planos que inicialmente não fazem sentido e que no final acabam dando certo. Infelizmente, no anime, a progressão é lenta demais, tanto que até hoje não vi a série por completo. Já no filme, a progressão é bem rápida, o que acabou sendo um ponto positivo para eu manter o interesse no filme, mas também acabou sendo um ponto negativo pela pressa nas explicações e pulos na história original, como disse anteriormente.

Animação e Trilha Sonora

A animação é muito boa, o que é de se esperar de um filme de anime. Não quero desmerecer a arte e os visuais do filme, mas já vi gráficos melhores, tanto comparando com demais filmes de anime quanto séries de anime mesmo (né, Fate/Zero?).

Em todo caso, a animação do filme é bem feita, mesmo não sendo fluente como as animações da ufotable ou da Kyoto Animation. Na primeira metade do filme, achei que ele não focaria muito na parte de efeitos em 3D, mas a parte seguinte dá uma boa melhorada nesse aspecto. Quanto aos movimentos dos personagens, movimento dos lábios e expressões, elas são muito bem feitas sim, dando um ar de natural aos movimentos e gestos dos personagens, mesmo quando eles fazem coisas anormais como lançar magias ou fazer movimentos acrobáticos ao receberem algum golpe.

Quanto aos visuais dos cenários e objetos, novamente eles são bem feitos, e o filtro mais escuro do anime ajuda a manter o clima de suspense e de perigo que a guerra tem à oferecer. Efeitos de luz e sombra são usados apenas quando necessários para não sobrecarregar os olhos de quem está vendo o filme. Com relação à fluidos como sangue (que você vai ver de monte), suor e saliva (acredite), eles têm uma forma mais estranha que o normal, e parece que o sangue é uma espécie de sopa grossa e espessa, o que acabou passando a impressão do sangue dos personagens ser artificial, algo ruim para um filme que almeja parecer o mais natural possível.

Sobre a trilha sonora... ah, as músicas de Kawai Kenji...ele é um daqueles raros compositores que conseguem fazer uma determinada cena ou batalha muito mais tensa ou dramática apenas com as suas músicas. Mesmo se não houvesse dublagem alguma, ou mesmo se apenas houvesse os sons dos efeitos especiais e a música de fundo, você quase que sente na pele o que o autor da história quer passar para quem está presenciando os eventos de sua obra. A maioria das suas músicas possuem instrumentos impactantes como tambores, cordas e piano, e claro, os vocais. Apesar da música aparecer apenas em momentos importantes da história, a sua presença magnifica a cena de modo especial, e isso é sinal de ser foda.

Opinião, Pontos Fortes e Fracos
Ao invés de sexo, você verá isso no filme (y)
Como pontos fortes para o filme, com certeza, estão os belos visuais e animação da Studio Deen, a história em si, a ação e frenesi das lutas entre Servos e Mestres, e a belíssima trilha sonora.

Infelizmente, como ponto negativo, apesar da história ser boa, muita coisa foi corrida, mal-explicada, ou até mesmo sem explicar nada. Por sorte, eu já tinha assistido Fate/Zero, então consegui juntar os pontos de algumas coisas que estava faltando, mas mesmo assim, ainda sobrou muitas outras, e entre elas, o próprio final do filme, deixando meio que "no vácuo" o que aconteceu com o Santo Graal, a existência do Gilgamesh, quem venceu a guerra, o motivo do Shirou vencer o Archer em sua batalha entre ideais, e tantos outros detalhes.

Sabe, eu assisti o filme justamente porque eu queria gostar da franquia, exatamente como Fate/Zero conseguiu me fazer depois de tanta reluta. Fate/Zero me fez perceber que uma série pode ser extremamente foda mesmo que o seu passado não seja tão bom assim, e olha que isso vem de alguém que jogou pouco da Visual Novel original, e tenho que confessar, em se tratando da franquia Fate/, eu ainda sou muito noob no assunto, e como ainda não tenho tanta vontade de me aventurar pela VN novamente, eu me deparei com o filme.

Entretanto, apesar de, por um lado, convidar os fãs a se adentrarem no universo da série, o filme deixa brechas que apenas os mais entendidos conseguirão entender ou tirar algum sentido daquilo (como a verdade extremamente ilógica do Mestre do Assassin). Apesar da premissa de contar a história de uma série gigantesca em 100 minutos de animação, ela deixa uma sensação de vazio para aqueles que assistem, como se fosse dizer para procurar as respostas para essas perguntas no jogo ou no anime.

De fato, acharia difícil resumir tanta coisa em apenas um filme, e adaptar tanta coisa assim seria uma ofensa para os fãs, mas eu não sei. Poderia ter feito igual os recentes filmes de Madoka Magica, que resumiu o anime original (de apenas 13 episódios) em dois filmes, ou contar a história de um outro jeito, em terceira pessoa talvez... são apenas possibilidades que poderiam ser melhores.

Conclusão e Nota Final
Eu me surpreendi com o filme. Antigamente, eu tinha um certo desgosto pela série, pois era uma série que eu assistia e pensava "Como é que alguém pode gostar disso?". Por mais promissora que a história possa ser, o anime foi mal executado, me deixando com tédio de ver o anime, e nem preciso dizer que eu odeio animes que me façam ficar com vontade de fazer outra coisa enquanto estou assistindo. Eu tinha vontade de fazer qualquer outra coisa, menos ver o anime de Fate/Stay Night, e olha que ainda foi uma adaptação razoável da visual novel segundo muitos fãs (claro, perfeita só se tivesse uns 100 e tantos episódios divididos em várias temporadas).

Apesar de esquecerem do papel da Sakura no filme, a relação dela com a Rin, dos desejos do Kotomine ao entrar na Guerra do Santo Graal, dos nomes verdadeiros de Gilgamesh, Saber, Berserker e Assassin, a história das famílias tradicionais à Guerra e até mesmo a modificação das batalhas originais, se não fosse pelos detalhes e explicações que faltaram por causa da duração do filme, não faria tanta diferença para a história final como um todo, do ponto de vista de alguém que acompanhou pouco da série.

O filme para mim foi algo como... fazer ginástica: no começo, você acha estranho a ordem das coisas que o filme mostra e nas modificações que o filme fez, e se esforça pra entender o que está acontecendo, ou porque "tal personagem" fez alguma coisa... mas com o decorrer do tempo, você se acostuma com o ritmo do filme, e já não liga muito para os mínimos detalhes uma vez que a história principal é tão mais emocionante que esquentar a cabeça com tudo isso. Pense assim: se o filme, que mesmo incompleto nesses aspectos consegue prender a atenção da pessoa que o vê, isso quer dizer que o filme cumpriu com a sua missão, de despertar a curiosidade das pessoas em procurar mais sobre a série, e com isso, ficarem cada vez mais viciados nela, com seus tantos universos, spin-offs e jogos oficiais que se aprofundam ainda mais nesses tópicos. Mesmo não tendo tendo tanta eficácia nas pessoas que já são fãs, o filme é uma boa adaptação para os olhos das pessoas novas, que ao se aprofundarem no universo, olharão para trás e dirão "Nossa, e começou com aquele filme, que deixava de explicar tanta coisa...".

Nota Final: 7,5/10

É um bom filme, infelizmente só não foi melhor por deixar as pessoas menos entendidas do universo confusas com a falta de informação em certas partes. Com visuais bonitos, belíssima trilha sonora e uma história sensacional que não se enrola, é um bom ponto de partida para começar caso se interesse pelo universo de Fate/Stay Night. E ênfase nesta frase, pois ela veio da boca de alguém que não gostava da série originalmente.

Eu, pessoalmente, recomendo que quem estiver interessado na franquia em começar a assistir com Fate/Zero, e depois passar para o filme (ou se tiver mais um pouco de coragem, o anime... vai que você gosta né), e se tiver um bom tempo livre para se dedicar com a série, leia as light novels ou a visual novel homônima. Para aqueles que já são fãs, entretanto, peço que passe reto pela falta de informação essencial à história original, mas se mesmo assim estiver curioso ou se seu orgulho de fã não deixará este filme passar... bom, não serei eu quem vai te impedir.
Nossa, quanto spoiler que essa imagem têm...

Bem pessoas, espero que tenham gostado da minha análise. Fãs deverão tacar pedras em mim devido à falta de detalhes e minuscias na minha análise, parte por eu não conhecer nada do universo expandido da série (que não seja Fate/Zero), parte por eu ter parado no 4º episódio do anime, pois o anime sinceramente não captou o meu interesse. Entretanto, o objetivo desta análise é, justamente, dizer para o pessoal que não conhece nada da série se vale a pena ou não ver o filme. Quem é fã com certeza já deve ter visto o filme, independente da minha opinião.

Vejo vocês na nossa próxima análise. Até lá!
Out.

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