domingo, 23 de setembro de 2012

Análise de Anime [3] - Accel World



AHHHH, Accel World acabou! TT^TT
Tô quase em crise existêncial agora...*snif*... mas em compensação, terei a minha chance de escrever uma review dele, então bola pra frente!

Antes de começar o review, uma breve introdução da série em si. Accel World foi originalmente uma série de Light Novels escrita por Kawahara Reki (também conhecido pela sua série posterior, Sword Art Online, cuja qual gerou um sucesso tremendo ao ser adaptada como anime) e ilustrado por HiMA (até agora, ele só fez os designs dos personagens de Accel World mesmo) desde 2009, rendendo até agora 12 volumes da Light Novel, 3 do mangá, um mangá spin-off, programas de rádio com os seiyuus, Drama CDs (um inclusive é um crossover com Sword Art Online), o anime no qual tratarei aqui e, mais recentemente, um jogo para PSP e PS3, Ginyoku no Kakusei. Claro, isso tudo sem contar os CDs de trilhas sonoras, figures, figmas, nendoroids, obras doujin, calendários e mais uma porrada de coisas para os fãs comprarem.

O anime foi feito pela Sunrise (Binbougami-ga!, Code Geass) e começou na temporada de Abril de animes, terminando nesta última semana. Totalizando 24 episódios, o anime cubriu pouco da Light Novel original, mas ainda assim agradou muitos fãs, e claro, foi alvo de muitas críticas e comparações com séries parecidas como .Hack, Digimon, e até mesmo Sword Art Online.

História
<--- Música para ler esta parte


A história começa contando uma história em cenário futurísta, cujo personagem principal é um menino, Arita Haruyuki, um verdadeiro viciado em games, gordinho e sem muita habilidade social. Introvertido e cujos únicos amigos da vida real foram o "casal" Taku e Chiyu, ele vive no mundo dos jogos para escapar da realidade cruel, em que ele sofria bastante bullying e que ninguém gostava de se aproximar dele. Em um de seus jogos, ele viu que seus recordes no seu jogo preferido foram batidos, e quem os superou aparece diante de Haruyuki.

"Você quer acelerar muito mais do que é possível, jovem?"

É aí que ele se encontra com Kuroyukihime, uma estudante um ano mais velha, que o convida para instalar um novo programa em seu Neuro Linker (uma espécie de computador super-poderoso em volta do pescoço para uso pessoal, com direito à realidade aumentada e tudo mais): o Brain Burst, um programa que se trata de uma espécie de jogo, onde, além de conseguir pontos e avançar de nível ao derrotar outras pessoas, ele habilita a aceleração das sinapses do cérebro em níveis extremos, dando a impressão que o tempo parou, e mais tarde, outras habilidades que põem os seus usuários numa realidade muito diferente das outras pessoas normais, obtendo assim uma visão diferente do mundo. Apesar do ganho, se você perder todos os pontos no jogo, o Brain Burst será desinstalado por completo, e você terá todas as suas lembranças do aplicativo apagadas, além de nunca mais poder reinstalá-lo.

Mais tarde, é revelado que os melhores usuários do jogo estão nas chamadas Legiões, sub-divididas em várias cores, cujos líderes são avatares de nível 9. Para alcançar o nível máximo, quem quer que esteja no nível 9 deve eliminar todos os líderes de mesmo nível das outras legiões, e assim, ter a permissão de se encontrar com o criador do Brain Burst e descobrir o real motivo em que o programa foi criado. Kuroyukihime, líder da Legião Nega Nebulus (cor preta) e que já matou o último líder da legião vermelha, convida Haruyuki para a sua legião, e assim começa a aventura para alcançar o nível máximo e recrutar mais membros para a legião.

A história a partir daí se divide em 2: o primeiro arco, do começo até a saga Chrome Disaster, e o segundo arco, que retrata a saga do Dusk Taker. A história começa, de uma certa forma, lenta, mas depois do episódio 6 ou 7, é muita ação e desenrolar da história, e se você não prestar muita atenção nos detalhes e nas explicações, não vai entender nada dali pra frente. O jogo em si é como se fosse um jogo de luta misturado com RPG, onde se pode usar items, movimentos especiais e mais uma pá de coisa (revelada no segundo arco, como a técnica de Incarnação), envolvendo muita estratégia para saber como derrotar um determinado oponente. As lutas do primeiro arco são MUITO legais justamente por isso, por envolver estratégia e não trocentas técnicas escondidas e secretas que só são reveladas depois de feitas. Na segunda parte, a coisa meio que foge do controle e confesso que chegam a ser apelativas, mas as batalhas ainda são belíssimas de se ver.

Animação e Trilha Sonora

Falando em animação, a animação de Accel World é impecável. Nível "falta pouco pra ser igual Fate/Zero" de tão bem feito que é. Os desenhos tem um nível de brilho e contraste mais alto que os animes normais, mas depois que você acostuma, é um verdadeiro colírio para os olhos, e é até difícil não querer que outros animes tivessem esse visual. A animação é muito fluente, não importa se é nos golpes, nas mudanças de expressões, ou nos efeitos especiais, e até nas lágrimas (você vai ver bastante, acredite).

A trilha sonora, composta por Onoken e Hiroyuki Oshima, também são muito marcantes para as cenas que o anime mostra. Desde batidas cheias de ação e energia até corais melancólicos, desde músicas calmas até músicas desesperadoras frente a uma situação de grande perigo. Mesmo se a animação fosse um lixo (o que não é, muito pelo contrário), valeria a pena rever os episódios só para relembrar das músicas.

Os traços dos personagens também são muito bonitos e detalhados. Dificilmente você verá um erro estético ou de proporção nos personagens, e os efeitos em 3D em certos efeitos especiais, especialmente nos jogos de luz, sombra e fumaça nos gráficos, dão um aspecto bem real ao anime, coisa que pegou moda apenas recentemente e nas adaptações para filmes de certos animes.

Opinião, Pontos Fortes e Fracos
Muita gente reclamou que o começo de Accel World foi quase insuportável, porque o Haruyuki era muito tímido e até covarde em muitos momentos. Eu, sinceramente, não achei isso um ponto negativo na história. Muito pelo contrário, eu gostei muito disso, pois todos os personagens principais do anime (e principalmente o Haruyuki) evoluem suas personalidades com o decorrer dos episódios. Haruyuki fica muito mais corajoso, estrategista e sincero com o passar dos episódios, Taku deixa de querer ver vantagem em tudo o que ele faz ou menosprezar outras pessoas e começa a favorecer a Legião como um todo, Chiyu deixa de ver o Brain Burst como um empecilho, e sim uma oportunidade a mais para aprofundar o laço com seus amigos, Niko deixa de desconfiar de tudo e de todos e até passa a auxiliar a Nega Nebulus em alguns momentos-chaves, e até mesmo o Ash Roller, que nos dois primeiros episódios tem um ar de "inimigo cuzão" até ajuda o Haruyuki no arco do Dusk Taker. Talvez a única que não evolua tanto seja a Kuroyukihime (dãã, ela também já estava há um tempão no Brain Burst, isso era de se esperar...), que apenas superou o seu "trauma" de ter matado o líder da legião Vermelha, mas dá pra perceber claras diferenças entre os primeiros e os últimos episódios.

A história eu achei um feito maravilhoso também, pois quando você acha que as coisas estão simples, o anime vai lá e te mostra que tem muito mais coisas por trás daquilo. Muitas das vezes, uma determinada cena de um episódio fica sem explicação por vários outros, mas quando a explicação chega, você repara que tudo faz sentido, e que o pensamento dos personagens são verdadeiramente meticulosos.

Talvez a única coisa que eu não gostei tanto do anime foi o sistema de Incarnação, que praticamente jogou toda a estratégia que o primeiro arco construiu pro ralo, os personagens apresentados nos últimos episódios, que aparecem em um episódio ou outro e depois somem (o pior caso foi o Black Vice, que aparece só na batalha final) e os arcos "fillers" do anime (traduz-se como os arcos da Aqua Current e a batalha da Kuroyukihime com o Sulfur Pot), que apesar de estarem presentes na Light Novel original, são eventos muito para frente em relação ao resto do anime. Aliás, caso não saiba, o anime inteiro de Accel World retratou apenas 4 volumes da Light Novel, e quando descobri isso, fiquei decepcionado do tanto de coisa a mais que poderia ter se esse anime fosse igual, digamos, Soul Eater, com 51 episódios, ou com mais episódios ainda.

Antigamente, eu criticava animes de 24 e 12 episódios, pois, ou eles raramente aproveitam todos esses episódios, ou então fica faltando alguma (muita) coisa. Mesmo animes que eu gostei muito quando assisti, como Shuffle! e Special A, sofreram muito disso, com vários episódios que falava nada com nada, mas que ainda assistia ansiosamente, esperando que algo interessante acontecesse. Similar, de certa forma, à True Tears, que mesmo tendo só 12 episódios, conseguiu enrolar E apressar as coisas no meio do anime. Incrivelmente, Accel World foi muito diferente. Tirando essas duas sagas que falei anteriormente, era certeza que o próximo episódio ia me surpreender. Era certeza que a batalha não avançaria do jeito que eu imaginava. Era certeza que, depois de ver o episódio, eu iria ficar contando os dias até o próximo episódio sair com legendas.

Conclusão e Nota Final
Accel World é um anime que consegue misturar um pouco de tudo, num cenário futurísta. Tem momentos alegres, tem piadas, tem batalhas, tem lição de moral, tem momento que você tem que pensar pra caramba, e tem momentos tristes. O interessante de você ver os personagens do anime evoluindo é que você acaba criando um laço com eles. Por mais que o episódio do anime esteje no script do criador, você passa a entender melhor os pontos de vista de cada personagem, formular teorias do porquê eles fizeram alguma coisa, e até mesmo a simpatizar com eles quando a situação se torna desesparadora ou ao sentir a tristeza deles. O jeito que essas sensações e sentimentos são passados para quem está vendo o anime é incomparável com muitos animes convencionais, e um feito raro nos animes atuais que chegam a apelar para o humor ao invés da história.

Muita gente reclama quando eu comparo, mas eu considero Accel World melhor que Sword Art Online. Não digo isso simplesmente para "ser do contra", mas porque a sensação que o anime me proporcionou foi muito melhor que SAO, tanto na animação quanto na história quanto na trilha sonora quanto nos personagens (sinceramente, não vejo graça nenhuma na Asuna até hoje...), e como SAO é uma série muito hyped devido aos seus elementos de MMORPG, muita gente só gostou porque é parecido com outra coisa que eles já viram. AW já é um universo totalmente novo, com personagens únicos, e uma temática que irá o surpreender muitas vezes (realmente duvido alguém ter lido a Light Novel antes do anúncio do anime, à menos que você veja os novos lançamentos das traduções do Baka-Tsuki periodicamente)

Pra fechar de vez a análise, o começo do anime pode não agradar a todos, mas depois dos 2~3 primeiros episódios, a história fica bem mais complexa à cada episódio seguinte, bem como os personagens ficam mais interessantes. A animação é simplesmente maravilhosa, e a trilha sonora dá gosto de se ouvir. Como lado ruim, alguns personagens secundários têm poucas aparições, ou com aparições muito corridas, e o sistema de Incarnação foi uma baita quebra de lógica para a série, fato que seria facilmente consertado se o anime fosse mais longo e tomasse o seu tempo para explicar melhor essas sutilezas.

Nota Final: 9,0/10

É um excelente anime. Não importa o que dizem por aí, é um anime foda e muito difícil de encontrar outro parecido. Eu recomendo assistir até o primeiro arco do anime, mesmo que você ache o começo dele chato ou "Ah, mas poderiam ter feito *assim*". Se você não curtiu o primeiro arco... bom, melhor ir para outro anime mesmo, não há sentido em forçar a ver o anime se você não gostou, mas se você gostou, eu recomendo que feche os olhos, encha os pulmões de ar, e mergulhe de cabeça nesse universo, pois você não irá se arrepender nem um pouco disso. ^^

(y) ^∇^ (y)

Tenho que confessar uma coisa pra vocês... sim, eu chorei na parte da Sky Raker... mais ainda depois do final.
Segundo à minha teoria, Accel World tem de tudo para ter uma segunda temporada no ano que vem, e quem sabe até uma terceira temporada, dependendo da inspiração do Reki em continuar com a série, o que resolverá alguns buracos de enredo que Accel World deixou. Agora, só nos resta torçer para que isso se realize.


Bem galera, foi uma análise bem longa, mas espero que tenham ficado comigo até o final. Eu dei uma rápida jogada no jogo que acabou de ser lançado, mas prefiro manter meus comentários sobre ele para depois de zerá-lo.

Até lá, obrigado por ler a análise, e tenham um ótimo resto de Domingo! ^o^
Out.

5 comentários:

  1. Parabens pela analise , super completa e que realmente espreçou de forma ampla o q os fãns pensam e sentem , mas vc mostrou isso de modo claro e objetivo nos levando a subjetividade . Muito bom msm os seus textos e volto a dizer parabens

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  2. Concordo com você quando diz que accel world é melhor que SAO

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  3. primeiro otima analise do anime, só não aceitei uma coisa, a comparação com SAO pois os dois foram criados pela mesma empresa, então semelhanças são evidentes, como no epsodio 20 que o NevrGear foi lembrado, como o anime se passa anos a frente de SAo eu prefiro considerado como upgrade da história do SAO, dizer que é melhor ou pior seria o mesmo que comparar o SAO com Hack e assim por diante, o importante que esse tipo de anime esta em alta pois vai contra tudo que os animes antigos falam, aqui o gordinho no mundo real e bobão e é o melhot no Brust Link, no SAO sem comentarios sobre o Kirito ele é simplesmente F**a, então na minha opinão ambos deveriam ter continuação e até quem sabe um encontro que explique a origem do Navgear e do Neuro-link.

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  4. Excelente análise. Concordo com seu ponto de vista sobre AW transmitir sensações melhores que SAO, uma vez que eu estou no episódio 8 de AW e o anime já mexeu comigo. Outro ponto que eu destacaria é o Arita como personagem principal. É claro que o autor do mangá viajou colocando a Kuroyukihime amando o Arita, mas acredito que isso de certa forma melhorou o anime, saindo dos personagens perfeitos.

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