quinta-feira, 19 de julho de 2012

Soul Eater - Primeiras impressões do mangá


Fala galera. Hoje nós teremos uma notícia especial já que chegou o meu mangá de Soul Eater, uma série que eu curtia muito e foi uma das primeiras que eu assisti e que me fez viciar em animes. Essa vai ser minha primeira análise de um mangá, mas vou dar o meu melhor, também por ser fã da série ^^

Vamos começar falando da série em si. Soul Eater é uma série de mangá de Atsushi Ohkubo, que fez alguns mangás antes, mas que ficou mesmo conhecido com esta série. Ela era lançada como one-shots (ou seja, em  capítulos no meio de revistas japonesas, onde é comum ter essas coisas) publicadas pela Square-Enix em 2003 e passou a ser uma série de mangá propriamente dita em 2004, e até a data de hoje, o mangá possui 22 volumes no Japão, 9 nos Estados Unidos, e até agora só um no Brasil, mas a JBC promete trazer até o 19 pra cá em edições mensais e já inclusive disponibilizou a assinatura para o mesmo.

Soul Eater também possui drama CDs, jogos para play2, PSP e Wii e uma adaptação para anime com 51 episódios, que vou falar as diferenças entre o mangá e o anime logo logo.

Sobre a história, inicialmente, ele narra a história de 3 grupos de artesãos (no inglês é "meister", mas foi traduzido no mangá como artífice) e armas, que na verdade são humanos que podem se transformar em uma. Maka Albarn com sua foice Soul Eater, Black★Star e sua anch'i Tsubaki e Death The Kid com suas pistolas-irmãs Paty e Liz Thompson formam o centro das atenções da série, mas mais tarde mais estudantes da Shibusen, a escola onde artífices e armas estudam, e outros professores farão parte da trama. A história não é totalmente clara no primeiro volume do mangá, mas basicamente, essa escola existe para formar Death Scythes (foices da morte), o estágio mais avançado que arma possível, obtido apenas ao absorver 99 almas humanas e 1 alma de bruxa, e para melhorar o desempenho das armas, deve haver uma boa harmonia entre artífice e arma para ambos liberarem seus verdadeiros potenciais.
Sobre o mangá, fisicamente falando, ele é um pouco menor que as séries de mangás shounen tradicionais como Fairy Tail e One Piece, o que seria algo do mesmo tamanho que Sora no Otoshimono e Darker Than Black. A JBC deu um deslize por não colocar o número das páginas de vez em quando no mangá, o que é difícil saber onde se está em determinado capítulo, mas se minhas contas estiverem corretas, temos algo perto de 180 páginas de história e o resto como as páginas de introdução dos capítulos e prefácios e posfácios. O material da capa é mais liso que o normal, mas infelizmente, devido à capa ter fundo branco, qualquer sujeirinha, mesmo sem riscar ou rasgar, vai ser facilmente visível e de difícil remoção... mas de qualquer forma, eu gosto da sensação da capa de mangá em fundo branco. As páginas são todas em preto e branco, o que era de se esperar, e a qualidade é a mesma que a das séries recentes da JBC. O preço está na média, R$10,90, mesmo preço de One Piece atualmente.

Sobre a arte, creio que não posso criticar, já que faz muito tempo que os capítulos do primeiro volume foram publicados, mas de qualquer jeito vou falar o que achei. A arte dos personagens é um tanto simples, sem muitos detalhes, mas que tem o seu charme nas suas expressões que são bem desenhadas. As roupas dos personagens algumas vezes são inconstantes, como no capítulo introdutório da Maka onde o uniforme dela é folgado no corpo e depois vira um uniforme mais justo, mas fora isso, dá pra perceber que a arte vai melhorando a cada capítulo. Os cenários são bem elaborados e criativos e precisa de um pouco de imaginação algumas vezes pra identificar o que é o quê. Quanto às batalhas e aos efeitos especiais... nossa, são simplesmente demais. Além de vários detalhes e a presença de machucados e sangue nos personagens após levar algum golpe, muitas cenas de sequências de golpes ou magias são detalhados a ponto de você imaginar exatamente o que o autor queria que você visse, com vários quadrinhos em sucessão de mostram o movimento dos personagens e suas interações com o cenário. Posso dizer que é um dos melhores que eu já li do gênero. Sem enrolação, engraçado pra caramba (até pra mim, que já assistiu o anime) e com muita ação.

Agora, sobre a tradução do mangá! *tcham tcham tchaaaam
Muita gente fala que a JBC tem mania de mudar alguns termos e tudo mais, mas por incrível que pareça, eu gostei bastante da tradução que fizeram. Eu li nada dos volumes originais e muito pouco dos americanos, mas claro que dá pra perceber que algumas coisas foram adaptadas devido às gírias que tem de vez em quando no mangá, como quando Black★Star fala "Isso foi um trocadalho do carilho!!!" ou quando Death The Kid fala "Que deprê! Morri!", mas que exatamente devido à graça que dá ao ler uma frase como essas no contexto que eu nem me importei tanto com a adaptação. Infelizmente, tem umas que eu não concordo, como traduzir Shinigami-sama como Doutor Morte e deixar artífices ao invés de artesãos, fora o motivo desconhecido por traduzir Shibusen como AMAAN. Tem ainda alguns erros de tradução quanto a acentos e a grafia de uma ou outra palavra (como traduzir "Halloween Cannon" como "Canhão Helloween", e nem é deslize pois ele deixa assim mais de uma vez, e traduzir o nome da Paty (Patrícia) Thompson como Patti Thompson), mas que são poucos e nem vale a pena ficar criticando coisas assim... vida de revisor não é fácil e sei disso pessoalmente. Vamos ver se com algumas críticas eles consertam.

(Quem escreveu a entrada de Soul Eater na Wikipédia merece apanhar... viu pessoal? Nunca confiem na Wikipédia... adaptação fiél o caramba...)
Sobre o mangá em comparação com o anime, eu sabia que tinha uma hora (mais precisamente quando a Medusa se junta ao pessoal para destruir a Aracnofobia) que o anime e o mangá seguem caminhos totalmente diferentes, mas o que me surpreendeu foi o tanto de cenas exclusivas do mangá perto do anime. Além das batalhas mudarem um pouco no seu decorrer, percebi que o anime foi -bem- censurado. O anime mostra um pouco de sangue e nudez de vez em quando, mas não é nada perto do mangá, fora as "adaptações" toscas no anime. Sério. Algumas cenas que dou de exemplo: no arco do Black★Star, na verdade o meio alternativo de conseguir fazer a Death Scythe é comer uma "alma forte", que tem o valor de 99 almas humanas, e essa alma forte seria a alma do Mifune, o guarda-costas da bruxa Angela. Além disso, os capangas do Al Capone aparecem mortos quando Black★Star se encontra com o Mifune, com sangue pra todo lado e com espadas por toda parte, enquanto o anime só mostra as "almas" deles. No arco do Death The Kid, quando ele volta para salvar as suas armas, a cena delas presas nas ataduras das múmias é BEM mais sensual que só aparecer um fiozinho das calcinhas delas. Aliás, tem uma cena do final da batalha contra o professor Sid que foi totalmente cortada do anime (assim como grande parte das cenas semelhantes) que o Black★Star tenta "subornar" o Sid a confessar onde morava o carinha que transformou ele em zumbi levantando a saia da Tsubaki (e acontece mais coisa a partir daí, o que não darei spoilers para despertar sua curiosidade). São cenas assim que são as mais engraçadas do mangá e que foram cortadas, ou severamente censuradas, no anime, o que me deixa até triste por não ter acompanhado o mangá antes... e olha que o mangá é indicado para maiores de 14 anos!

E sabe o pior? O anime foi produzido pela Square-Enix (FullMetal Alchemist, To Aru Majitsu no Index) e TV Tokyo (Bleach, Fairy Tail, Gintama), o que gerou uma excelente adaptação nas cenas de luta e nas músicas que tocam nessas batalhas, mas acabou censurando essas partes... uma verdadeira pena.


Resumindo, a adaptação da JBC teve algumas falhas sim, mas eu a considero uma boa adaptação. Consertando esses deslizes nas traduções, tenho certeza que ela conseguirá mais assinantes e fará um sucesso tremendo frente às franquias concorrentes como Naruto, One Piece e Bleach, da Panini. Para quem se interessou ou mesmo para aqueles que querem começar a ler mangás, recomendo que leiam o primeiro volume, e se gostarem, que comprem a série. Eu não estou ganhando nada divulgando o trabalho da JBC, mas como fã da série e pelo tanto que eu adorei ficar lendo o mangá, ele receberá o meu Selo Jóinha de Aprovação!!

Nota Final: 8,0/10,0                                               (y) ^∇^ (y)


Pessoal, não garanto que teremos tantas análises de mangás aqui no blog, mas caso tenham alguma sugestão quanto às próximas matérias (de preferência se o mangá existir no Brasil, já que odeio ler na internet, mesmo em sites oficiais e licensiados), eu estarei vendo o que posso fazer!

Até a próxima!
Out.

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